Circovirose Suína

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

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A Circovirose Suína é uma doença que foi reconhecida apenas recentemente, descrita em diversas partes do mundo, sendo que no Brasil, foi diagnosticada pela primeira vez, no ano de 2000, no estado de Santa Catarina. No entanto, o material analisado era do ano de 1988.

Circovírus Porcino tipo-2

Esta doença é um conjunto de síndromes causadas pelo Circovírus Porcino tipo-2 (PCV-2), pertencente à família Circoviridae, gênero Circovirus. Algumas das síndromes associadas a este vírus são: Síndrome da Nefropatia e Dematite Porcina (SNDP), Tremor Congênito Suíno (TCS) e Síndrome Definhante Multissistêmica de Suínos Desmamados (SMDS), sendo esta última, a de maior importância.

A SMDS é causada por este vírus, no entanto também esta relacionada com outras doenças. Esta enfermidade é observada em leitões entre 8 a 12 semanas de vida, porém o período de transmissão acontece entre 5 a 16 semanas de idade.

O grande problema da SMDS é que o quadro clínico apresentada por ela pode persistir por muito tempo, caso as medidas necessárias não sejam tomadas. Mesmo já havendo sido observadas taxas de mortalidade de 60%, geralmente elas giram em torno de 25%. Com relação aos prejuízos econômicos causados por esta síndrome, além das mortes, tem o fato da queda no crescimento e piora na conversão alimentar.

A via de transmissão desta doença é a oronasal, na maior parte dos casos. As principais células onde estão presentes os antígenos virais são as células dendríticas e histiocíticas, podendo estar presentes também nos linfócitos e células epiteliais. O vírus infecta células do sistema imunitário, e replica-se em diversos tipos celulares, de preferência células que estão em divisão ativa. Após esta replicação, espalha-se pelo organismo do suíno. Como o animal esta com o sistema imune debilitado, este vírus pode infectar os órgãos-alvo, causando lesões e, conseqüente agravamento do quadro clínico.

Os sinais clínicos apresentados pelos animais afetados pela SMDS são: emagrecimento progressivo, perda de apetite, linfadenopatia, diarréia crônica e sintomas respiratórios; pode haver também palidez, icterícia e úlcera gástrica. Podem também ocorrer outros sintomas relacionados à infecções secundárias, assim como uma exacerbação desta doença, por conta de infecções causadas por outros vírus suínos.

O diagnóstico é feito com base nas combinações entre o quadro clínico apresentado pelo animal e com a patologia, tanto macro quanto microscópica, e também na detecção de antígenos ou de DNA. Os exames laboratoriais que são mais utilizados são: hibridização in situ, imunohistoquímica, e a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). O diagnóstico diferencial deve ser realizado para outros patógenos que também causam sinais clínicos similares aos da SMDS.

Não existe um tratamento efetivo contra este vírus, o ideal é que seja feito o controle, no entanto, este é muito difícil de ser realizado. Devem ser adotadas mudanças no manejo, com base na correção de fatores de risco. Tudo isso é feito através da redução de qualquer possível fonte de estresses, limitando o contato entre animais, com a adoção de uma boa higiene e também, com o fornecimento de uma dieta adequada.

É de extrema importância a realização da prevenção da entrada do PCV-2 na granja, através de medidas que podem tanto ser externas, através do controle de visitantes, de veículos, do acesso de animais, entre outras; quanto internas, através das medidas descritas anteriormente (manejo, controle do estresse).

Fontes:
http://www.cnpsa.embrapa.br/down.php?tipo=artigos&cod_artigo=87
http://www.agroredenoticias.com.br/textos.aspx?486px2frmzseqVkI3yxkgw==
http://www.ctnbio.gov.br/upd_blob/0000/416.doc
http://www.scielo.br/pdf/pvb/v25n2/a01v25n2.pdf

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