Moedas virtuais

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Durante grande parte do século XIX, as moedas de maior sucesso do mundo tinham seu valor convertido em quantidades fixas de metais preciosos, como o ouro e a prata, o que na época foi visto por muitos como uma inovação bastante arriscada, pois por centenas de anos antes desta prática as moedas eram cunhadas diretamente nos metais, o que não deixava dúvidas quanto ao seu valor.

Essa vinculação entre a moeda de um país e seus estoques de metais preciosos ficou conhecida como Lastro Ouro. Internacionalmente, o lastro ouro – também chamado de padrão ouro ou estalão-ouro – significou a primeira tentativa de adoção de um regime cambial fixo por parte dos grandes países comerciais da época. Porém, esse modelo econômico entrou em decadência logo no início da Primeira Guerra Mundial. Por esse motivo alguns historiadores atribuem a decadência desse modelo às pressões de financiamento da guerra, porém, há os que dizem que seu fim se deu ao fato de que a produção de metais preciosos já não acompanhava o ritmo da economia mundial da época.

Assim, quase todas as grandes economias deram início à emissão de Moeda Fiduciária cujo valor depende, basicamente, de crença pública na política econômica dos governos, bem como no desempenho de seus bancos centrais. Esse tipo de moeda, a qual é utilizada desde o dia a dia de qualquer cidadão comum até em movimentações no comércio exterior, tem causado muito transtorno para o sistema econômico internacional nos últimos anos, pois não havendo um padrão entre os valores das moedas, muitas economias têm tido a obrigação de reinventar suas políticas cambiais.

Com base nesse cenário de inquietação monetária e, sobretudo, apoiado aos movimentos especulativos e em tecnologias que possibilitam a criação e movimentação de valores de modo digital, nascem as chamadas Moedas Virtuais (Virtual Currency).
O termo que – para muitos – ganhou vida por conta de jogos de realidade virtual é algo que apenas existe em formato eletrônico, ou seja, não é físico e também não é representado por nenhuma moeda tradicional. Nenhum governo manipula o fornecimento das moedas virtuais, tampouco as regulam. O fluxo de seu valor é regido por regras de criptografia que são impostas por um código descentralizado.

Apesar de nenhum governo aceitar as Moedas Virtuais como unidades de valor, o aumento desenfreado na busca por este recurso tem causado preocupação em vários governos pelo mundo, pois apesar destas não se converteram em moedas nacionais, as Moedas Virtuais são cada vez mais utilizadas para o pagamento de serviços como oficinas mecânicas, bares, e compra de produtos como eletrodomésticos, por exemplo. O governo dos Estados Unidos procura uma forma de taxar o uso de Moedas Virtuais no país, porém não como moeda e sim como propriedade, baseando-se no poder de troca dessas moedas. Contudo, Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos, alega que a regulamentação da oferta de moeda deve se algo despolitizado, e diz ser fã de uma dentre as várias Moedas Virtuais disponíveis, a Bitcoin. Os governos da China e da Tailândia já baniram o uso de Moedas Virtuais em seus territórios. Já O Banco Central do Brasil, por sua vez, declara que – pelo menos até o momento – o assunto não demanda qualquer importância.

As cinco mais bem cotadas moedas virtuais

  • Bitcoin – https://bitcoin.org
  • Litecoin – https://litecoin.org;
  • Peercoin – https://web.archive.org/web/20220802190139/https://www.peercoin.net/;
  • Namecoin – http://namecoin.info;
  • Primecoin – http://primecoin.io

Portanto, assim como a humanidade se afastou das moedas apoiadas por metais preciosos, muitos entusiastas e até mesmo especialistas em questões comerciais, econômicas e de tecnologia, acreditam que estamos vivendo um momento de transição em se tratando de moeda, onde o uso de papel como unidade de valor não terá vida longa.

Referências:
G1. Moeda virtual bitcoin começa a ganhar espaço no comércio brasileiro. Disponível em < http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2014/02/moeda-virtual-bitcoin-comeca-ganhar-espaco-no-comercio-brasileiro.html >

Forbes. The top 30 crypto-currency market capitalizations in one place. Disponível em < http://www.forbes.com/sites/reuvencohen/2013/11/27/the-top-30-crypto-currency-market-capitalizations-in-one-place >

YERMACK, David. Is bitcoin a real currency? An economic appraisal. Disponível em < http://www.nber.org/papers/w19747.pdf >

Arquivado em: Economia
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