Museu da Abolição

Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)

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O Museu da Abolição é um dos poucos no Brasil que contempla a liberação dos escravos.

O Sobrado Grande da Madalena foi construído por Pedro Duro, ainda no século XVII, para ser um engenho de açúcar no interior da Capitania de Pernambuco. O engenho foi um dos mais importantes da região e foi vendido para vários proprietários. Com a invasão dos holandeses no Nordeste do Brasil, o prédio foi transformado em estância fortificada servindo de resistência aos invasores. Já no século XIX, o sobrado passou a pertencer ao Barão de Goiana, que era um abolicionista e assinou juntamente com a Princesa Isabel a Lei Áurea. O casarão passou por uma grande reforma na segunda metade do século XIX, adaptando-se ao estilo neoclássico. Foi nesta época que a construção recebeu a configuração atual e passou efetivamente a ser conhecido como Sobrado Grande de Madalena. Todavia, no século XX já estava em péssimo estado de conservação.

O projeto de criação do Museu da Abolição é de autoria do professor Martiniano Fernandes, que enviou sua proposta ao Senado Federal na década de 1950 com o intuito de criar tal espaço de memória no Sobrado Grande Madalena para homenagear João Alfredo e Joaquim Nabuco. O projeto foi aprovado e o museu foi criado por lei no dia 22 de dezembro de 1957 para ser sediado na cidade de Recife, como pleiteava o autor do projeto. O Sobrado Grande de Madalena foi desocupado e iniciou-se o processo de conversão do ambiente em um museu.

Em 1982, foi instalado um grupo de trabalho composto por Alair Barros, Olímpio Serra, Regina Timbó, Raul Lody e Roberto Motta que se se encarregou de preparar o museu para sua inauguração no dia 13 de maio de 1983. Assim, o Museu da Abolição foi inaugurado na data prevista contando com uma exposição temporária nomeada “O Processo Abolicionista nos Textos Oficiais”, que ocupava doze salas do pavimento superior.

O Museu da Abolição passou por problemas de funcionamento ainda nos anos iniciais de vida. Houve uma primeira interrupção das atividades no ano de 1990, quando Fernando Collor extinguiu a rubrica orçamentária para manutenção do museu. A abertura só aconteceu novamente em 1996, porém com acervo reduzido. Outra interrupção das atividades aconteceu em 2005, por falta de condições de trabalho e falta de estrutura. O problema só foi superado em 2008, quando reabriu com a exposição campanha “O que a Abolição Não Aboliu”. Em 2010, finalmente, o Museu da Abolição passou a ocupar todo o espaço do Sobrado Grande de Madalena.

O Museu da Abolição é um dos poucos no Brasil que são norteados pelos princípios da nova museologia e da sociomuseologia. A instituição conta com vários projetos de elaboração participativa que convidam a comunidade a decidir o que querem que o museu apresente. Assim, busca-se discutir a problemática, os anseios e sonhos da comunidade afrodescendente, promover debates, apresentar o tema escravidão e elaborar conjuntamente o roteiro e as exposições.

O acervo do Museu da Abolição é formado por peças emprestadas pelo IPHAN e por outras instituições, além de peças doadas e compradas. Atualmente, conta com acervo museológico, bibliográfico e hemerográfico. Em sua área total há uma biblioteca, que conta com mais de mil obras; uma videoteca; mini auditório; o Laboratório de Experimentação Musical; as salas de exposições, das quais seis são para permanentes e três para exposições temporárias; e uma ampla área externa que apresenta teatro de arena, camarins, banheiro e estacionamento.

Fonte:
https://web.archive.org/web/20161016023313/http://www.museudaabolicao.com.br/

Arquivado em: História do Brasil
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