Segunda Guerra Ítalo-Etíope

Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição:


Ouça este artigo:

A Segunda Guerra Ítalo-Etíope foi o segundo conflito envolvendo o Reino da Itália e o Império Etíope, ocorrido entre outubro de 1935 e maio de 1936. Cerca de quarenta anos depois da primeira tentativa de ocupar e colonizar o país africano, os italianos, agora sob a bandeira fascista, estavam de volta e dispostos a concretizar o sonho de restabelecer o Império Romano quase 1500 anos depois de seu colapso. De fato, caso a conquista fosse bem sucedida, os territórios italianos de ultramar totalizariam uma área de dimensões similares ao conquistado na antiguidade.

Um pouco antes, em 1928, os dois países haviam estabelecido os limites entre o território etíope e a colônia italiana da Somália. Dois anos depois a Itália iria desrespeitar este tratado e construir um forte no oásis de Walwal (Ual-Ual, na grafia em italiano), dentro de território etíope. Pouco depois, o forte era alvo de ataque, no qual centenas de soldados etíopes morreram, no que ficou conhecido como "incidente de Walwal".

Os protestos do país africano na Liga das Nações não foram considerados, pois britânicos e franceses não queriam confronto com a Itália, enxergando no país um forte aliado contra a Alemanha nazista. Ficava evidente a fragilidade da Liga das Nações, da qual Etiópia e Itália eram membros de pleno direito, e devido a interesses políticos e estratégicos, a soberania de um de seus integrantes era sacrificada sem qualquer cerimônia. Estava aberto o caminho para a invasão italiana.

Em cerca de oito meses, com uma força muito bem equipada, que incluía moderna artilharia, carros, tanques, caminhões, aviões, além de soldados bem treinados, os italianos conseguem finalmente tomar o país africano, que por sua vez, contava com um exército na sua maioria sem treinamento formal, armado de arco e flechas, lanças, alguns rifles (cerca de um terço do exército etíope possuía rifles, fabricados quase todos antes de 1900) e algumas peças de artilharia, caminhões, meia dúzia de tanques e três aviões.

Ao ser conquistada, a Etiópia foi anexada à Eritreia e à Somália Italiana, formando um imenso território, dividido em seis províncias. Os italianos utilizaram de violência contra qualquer local que se pronunciasse contra sua conquista, e aboliram a escravidão. Melhorias nos transportes, condições sanitárias, comunicações se seguiram, ao custo de uma brutal repressão do governo instalado em Adis Abeba, a nova capital do que agora era chamada África Oriental Italiana (AOI).

Ao discursar em Roma, logo após a tomada de Adis Abeba, Mussolini irá declarar a restauração do Império, agora sob sua conduta. O discurso marca o auge da popularidade, poder e prestígio do duce, que presencia uma multidão exaltada com seu feito. A glória de Mussolini não durara muito tempo, pois sua decisão de entrar na guerra ao lado dos alemães em 1940 se mostraria fatal para ele e para as conquistas italianas. A Etiópia reconquistaria sua independência em 1941, cinco anos após sua invasão.

Bibliografia:
Second Italo – Abyssinian War 1935-1936 (em inglês). Disponível em <http://www.warchat.org/history/history-world/second-italo-abyssinian-war-1935-1936.html>. Acesso em: 08 abr. 2012.

The Second Italo-Abyssinian War: Why Ethiopia Lost to Italy (em inglês). Disponível em <http://www.omahabeach.org/wwii/pre-war-events/the-second-italo-abyssinian-war-why-ethiopia-lost-to-italy/>. Acesso em: 08 abr. 2012.

Arquivado em: História
Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição: