Amar, Verbo Intransitivo

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A obra do escritor paulista Mário de Andrade, "Amar, Verbo Intransitivo", foi publicada em 1927. Um dos aspectos do livro que chama a atenção é a utilização da linguagem coloquial. No intuito de aproximar o texto aos leitores, o autor escreve como se estivesse ouvindo alguém falar, com manias, gírias e erros gramaticais.

amar verbo intransitivoEntre outros aspectos, em Amar, Verbo Intransitivo, o autor faz o uso de digressões sociológicas e metalinguísticas, lembrando o estilo de Machado de Assis. Assim como em diversas obras de Mário de Andrade, o livro apresenta várias inovações que colocam o artista na vanguarda de sua época. A obra é considerado modernista pelos críticos literários e, vale lembrar que foi publicada após a Semana de Arte Moderna de 1922, da qual o escritor foi um dos expoentes.

Mário de Andrade, que já tinha analisado a sociedade de São Paulo em outra de suas obras, Paulicéia Desvairada (1922), critica novamente o povo da cidade, demonstrando uma paixão controversa por seus conterrâneos. Em Amar, Verbo Intransitivo, nota-se um elogio feito aos alemães, que tinham imigrado para a cidade. Porém, o escritor acaba com o enaltecimento ao colocar o povo europeu como metódico e incapaz de viver no calor do país latino.

Mário de Andrade utiliza-se de teorias de Freud, uma de suas principais influências, para embasar a trama do livro. O protagonista da obra é Carlos Alberto, que pretender perder a virgindade. Ele é filho de Sousa Costa, que contrata Fräulein Elza, uma profissional, para evitar que Carlos torne-se um frequentador dos prostíbulos da cidade. Então, Fräulein é contratada para ensinar o idioma alemão a Carlos e suas três irmãs na casa de Sousa Costa.

Dentro deste panorama, percebe-se uma temática inédita e considerada escandalosa para aquela época. Seguindo as ideias de Freud, Mário de Andrade idealiza uma iniciação sexual  serena para o garoto, que garantiria que ao jovem uma vida adulta madura e a constituição de uma família.

Porém, mesmo com os cuidados do pai, Carlos acaba perdendo a virgindade secretamente em uma esbórnia no bairro do Ipiranga. O jovem fez sexo com uma prostituta por pressão dos colegas. O escritor descreve o ato como seco e mecânico, o que não seria uma iniciação sexual em sua plenitude.

Ao entrar em contato com Carlos, Fräulein, personagem marcante da obra, cumpre sua tarefa sem perder a dignidade, como se estivesse realizando um missão. Neste ponto, em que a alemã é obrigada a se dividir entre uma governanta séria e uma prostituta, entra novamente a teoria de Freud, apresentando o quanto é complexa a sexualidade humana.

Fontes:
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/a/amar_verbo_intransitivo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Amar,_Verbo_Intransitivo
http://www.slideshare.net/carinemorossino74/amar-verbo-intransitivo-de-mrio-de-andrade

Arquivado em: Livros
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