Proteinúria

Por Luiz de Oliveira Alves

Graduado em Ciências Biológicas (UNIFESO, 2014)

Categorias: Doenças
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A proteinúria é o excesso de proteína encontrada na urina. Normalmente uma quantidade mínima é eliminada, mas quando há excesso o motivo deve ser investigado pois a sobrecarrega de proteína nos rins podem afetar o seu funcionamento e causar danos ao órgão. Esse sintoma pode ser causado por outro problema que o organismo esteja sofrendo.

Como ocorre

Na porção menor do rim existem compartimentos nominados de cápsula de Bowman, que envolve vasos sanguíneos de calibres menores (os capilares), de forma embaraçada formando o glomérulo de Malpighi. O conjunto de três membranas que compõe a cápsula de Bowman é chamado de membrana basal glomerular, o qual serve com filtro devolvendo partículas maiores para o organismo e enviando partículas menores para o túbulo renal. Algumas proteínas são enviadas para o túbulo por ter um tamanho menor, em especial a albumina, mas o túbulo renal tem contato com outros túbulos chamados de túbulos proximais, que realizam a absorção de água, sal e outros componentes que o organismo possa precisar. Mesmo assim, uma pequena quantidade de albumina passa para a urina. A quantidade considerada dentro dos parâmetros de normalidade são de 150 mg a cada 24 horas. Quando essa quantidade for eliminada em excesso não exorbitantes é nominado microalbuminúria, quando essa quantidade for alarmante, macroalbuminúria.

Causas

As causas podem ser variadas, podem ser problemas no sistema urinário como a proteinúria glomerular, que é alguma inflamação ou defeito na membrana de filtragem e proteinúria tubular que há mal funcionamento nos túbulos proximais na etapa de reabsorção dos nutrientes. Exercícios físicos podem gerar um aumento na liberação dessa proteína, por alterar o fluxo sanguíneo e entregar altas quantidades da proteína para os rins. Isso também ocorre na presença da febre, frio, desidratação e de problemas cardíacos na fase aguda, mas volta aos parâmetros de normalidade quando o fluxo sanguíneo se estabiliza. O nome nesse caso é proteinúria funcional ou proteinúria transitória. A proteinúria de sobrecarga se dá quando é produzido mais do que a capacidade de filtração dessa proteína em nível celular. Já a proteinúria ortostática consiste na liberação dessa proteína quando se está em pé, é muito comum em adolescentes e crianças.

A albumina é responsável por vários fatores no organismo, como o controle da pressão osmótica, transporte hormonal e controle do pH. Sua excreção geralmente causa espuma na urina e isso pode ser alerta para outras doenças que devem ser investigadas, como infeção nos rins, diabetes, atrite reumatoide, problemas no sistema linfático e medula óssea, hipertensão, anemia falciforme, lúpus, malária e grandes inflamações. O excesso de proteína no organismo pode causar inchaço, principalmente nos envoltórios dos olhos e tornozelos, inflamação nos rins, anorexia, gosto ruim na boca, dor ao urinar, náuseas e vômitos. Em mulheres grávidas é importante monitorar a concentração de proteinúria pois ela é um sinal de pré-eclâmpsia, que é elevação rápida da pressão arterial que pode comprometer a vida da mãe e do feto.

Diagnóstico

Para ter certeza que há proteína na urina é recomendado exame laboratorial EAS, no qual uma fita que possui vários quadradinhos com reagentes químicos que ao ser molhada com a urina muda de cor dependendo da reação. Esse exame não consegue especificar qual a proteína está sendo excretada, para isso é necessário o exame de eletroforese, que faz a separação a nível de molecular dos componentes analisados distinguindo-os por tamanho. As orientações médicas são importantes antes da coleta da amostra, pois alguns medicamentos como anti-inflamatórios podem causar interferência no diagnóstico, assim como fatores emocionais e hídricos no organismo.

Tratamento

O tratamento consiste na reposição do valor proteico e na investigação da causa da perda de proteínas. Como depende da etiologia da proteinúria, os tratamentos são variados.

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