Rio Tigre

Por Emerson Santiago
Categorias: Hidrografia
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Recebe o nome de Tigre o rio que juntamente com o rio Eufrates, delimita a região conhecida como Mesopotâmia, ou a "terra entre os rios". A palavra vem de um antigo termo persa que pode ser traduzido como "rápido" ou "em formato de arco". Através da história, o Tigre tem se mostrado uma das principais fontes para as antigas civilizações mesopotâmicas. Os antigos sumérios chamavam o rio pelo nome Idigna, e no idioma acadiano, falado tradicionalmente na Babilônia e na Assíria, seu nome era "Idiqlat". Em árabe, seu nome é "dijla" e em turco, "dicle".

Dos dois rios, o Tigre é o localizado mais a leste e possui uma extensão total de cerca de 1,850 km. Sua nascente está na encosta leste dos montes Taurus, localizados ao sul da Turquia. Fluindo na direção sudeste, ele passa ao longo de Amida (a moderna Diyarbakır), onde a estrada real da Assíria para a Anatólia cruza o rio, e também sobre as cidades de Nínive e Assur. Ali próximo, o Tigre recebe as águas dos rios Batman, Grande e Pequeno Zab, e por fim, do Diyala. Este é o ponto onde o rio se torna navegável por navios de pequeno porte. Adiante, o Tigre torna-se bastante irregular, permitindo apenas a navegação de simples jangadas até a região de Nínive já no norte do Iraque.

Ao longo desse curso, o Tigre passa por algumas das principais cidades do Iraque, como Mossul, Tikrit, Samarra, além da a capital iraquiana, Bagdá. O Tigre junta-se ao Eufrates em Al Qurnah, onde forma o Chatt al-Arab (ou costa dos árabes), indo desaguar finalmente no Golfo Pérsico.

Próximo à cidade de Samarra foi construída uma barragem, que tinha por objetivo melhorar o controle das inundações que ocorrem eventualmente entre março e maio, quando a neve derrete das montanhas. A barragem também foi construída para proporcionar uma melhor irrigação, mas houve pouco avanço na exploração agrícola. A barragem foi responsável por reduzir a quantidade de lodo que era levada com a água, o que permitia uma melhor navegação naquela parte, geralmente rasa demais. O efeito negativo é que a qualidade do solo local foi comprometida, e com ela, a agricultura.

A considerável salinidade do Tigre é sempre um risco para aqueles que dependem do rio para seu sustento. Um interessante exemplo histórico pode ser encontrado na terra de Lagash, que produzia uma grande quantidade de trigo por volta de 2400 a.C. (16% de toda a safra). Três séculos mais tarde, a terra se tornou muito salobra para este produto (2% do a colheita), e depois de 2000, já não era mais possível produzir trigo.

Bibliografia:
Tigris (em inglês). Disponível em: <http://www.livius.org/men-mh/mesopotamia/tigris.html>. Acesso: 15/01/13.
KJEILEN, Tore. Tigris (em inglês). Disponível em: <http://looklex.com/e.o/tigris.htm>. Acesso: 15/01/13.

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