Lista de questões de vestibulares sobre o Coronelismo existente no Brasil. Ler artigo Coronelismo.
A charge representa de modo irônico a prática do voto durante a Primeira República no Brasil (1889-1930).
Com base nas informações contidas no documento e no seu conhecimento sobre o assunto, ASSINALE a única opção que NÃO apresenta uma característica correta.
A Constituição de 1891 estabeleceu o voto direto, sendo considerados eleitores os cidadãos brasileiros maiores de 21 anos, excluídos os analfabetos, as mulheres, os praças militares e os membros das ordens religiosas.
A instituição do voto secreto e obrigatório contribuía para que a maioria dos eleitores ficasse sujeita à pressão dos chefes políticos.
Embora a fraude eleitoral fosse uma prática comum à época, as eleições cumpriam um papel estratégico, abrindo brechas no interior do jogo de poder oligárquico e implicando uma série de procedimentos de negociação entre as elites e o eleitorado.
A expressão “eleições a bico de pena” identificava um dos mais graves problemas do sistema eleitoral da Primeira República: a falsificação das atas eleitorais, alterando o número de votantes.
No nível municipal, o coronel era o senhor dos chamados “currais eleitorais”, arregimentando os eleitores “de cabresto”, como o “Zé Burro” da ilustração.
Completamente analfabeto, ou quase, sem assistência médica, não lendo jornais, nem revistas, nas quais se limita a ver as figuras, o trabalhador rural, a não ser em casos esporádicos, tem o patrão na conta de benfeitor. No plano político, ele luta com o “coronel” e pelo “coronel”. Aí estão os votos de cabresto, que resultam, em grande parte, da nossa organização econômica rural.
LEAL, V. N. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa-Ômega, 1978 (adaptado).
O coronelismo, fenômeno político da Primeira República (1889-1930), tinha como uma de suas principais características o controle do voto, o que limitava, portanto, o exercício da cidadania. Nesse período, esta prática estava vinculada a uma estrutura social:
igualitária, com um nível satisfatório de distribuição da renda
estagnada, com uma relativa harmonia entre as classes.
tradicional, com a manutenção da escravidão nos engenhos como forma produtiva típica.
ditatorial, perturbada por um constante clima de opressão mantido pelo exército e polícia.
agrária, marcada pela concentração da terra e do poder político local e regional.
Primeira obra de destaque do escritor João Ubaldo Ribeiro, Sargento Getúlio também marcou a carreira do cineasta Hermano Penna, que levou o livro ao cinema. Nesta sexta-feira (18/07/2014), o diretor lamentou a morte do autor, vítima de embolia pulmonar aos 73 anos. [...] Publicado em 1971, o livro de Ubaldo virou filme em 1983. Penna se sentiu impactado pela história do sargento Getúlio (interpretado nas telas por Lima Duarte) e pelo modo como Ubaldo retratou o coronelismo e o banditismo no sertão.
Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/livros/2014-07-18/joao-ubaldo-ribeiro-pensou-o-brasil-como-poucos-diz-cineasta-hermano-penna.html> [Adaptado] Acesso em: 28 ago. 2014. Imagem disponível em: <http://historiaprofchris.blogspot.com.br/2012/10/o-coronelismo-e-sua-relacao-com.html> Acesso em: 28 ago. 2014.
Sobre o assunto tratado no texto e na figura acima, é CORRETO afirmar que:
as questões sociais são elementares para fazer com que o sertão nordestino se industrialize de forma qualitativa e gere emprego de qualidade para que a população tenha melhores condições de sobreviver.
o coronelismo foi uma experiência típica dos primeiros anos da República brasileira. O chamado “coronel” era militar e detinha pequenas propriedades rurais, cuja produção atendia às demandas do mercado interno brasileiro, como café e cacau.
a área de domínio dos coronéis era a caatinga, pois esse bioma apresentava excelentes condições edafoclimáticas para a agricultura de plantation de cana-de-açúcar.
no século XIX, o sertão nordestino, historicamente caracterizado por latifúndios produtivos e secas cíclicas, passava por uma grave crise econômica e social. Antônio Conselheiro, ou coronel Antônio, liderou, juntamente com seus seguidores, um confronto contra o Exército brasileiro para eliminar as desigualdades socieconômicas, porém manteve o voto de cabresto.
se em tempos passados as pessoas eram obrigadas a votar em determinados candidatos, muitas vezes coagidas pela presença de jagunços portando espingardas a serem acionadas em caso de votos contrários ao interesse dos coronéis, nos dias de hoje os avanços das tecnologias de informação e comunicação tornam o papel de convencimento do eleitor uma tarefa muito mais complexa.
a economia do Nordeste brasileiro vem crescendo nas últimas décadas, mas a distribuição de renda não segue no mesmo ritmo, visto que a maior parte do poder econômico ainda se concentra nas mãos de uma classe social e política que descende do chamado “coronelismo” do século XIX.
“Na Bruzundanga, como no Brasil, todos os representantes do povo, desde o vereador até o Presidente da República, eram eleitos por sufrágio universal, e, lá, como aqui, de há muito que os políticos práticos tinham conseguido quase totalmente eliminar do aparelho eleitoral esse elemento perturbador – o voto”. (Lima Barreto, Os bruzundangas.) Escrito em 1917, o livro Os bruzundangas corresponde a uma forte sátira da sociedade brasileira.
Em relação ao trecho citado, é correto afirmar que Lima Barreto, por meio da ficção, refere-se:
às lutas populares pelo direito ao voto.
aos processos políticos que levaram ao fim do Império.
à participação das mulheres nos processos políticos nacionais.
às práticas políticas da Primeira República.
à suspensão das eleições diretas para presidente da República durante o governo militar.
O coronelismo era fruto de alteração na relação de forças entre os proprietários rurais e o governo, e significava o fortalecimento do poder do Estado antes que o predomínio do coronel. Nessa concepção, o coronelismo é, então, um sistema político nacional, com base em barganhas entre o governo e os coronéis. O coronel tem o controle dos cargos públicos, desde o delegado de polícia até a professora primária. O coronel hipoteca seu apoio ao governo, sobretudo na forma de voto. CARVALHO, J. M. Pontos e bordados: escritos de história política. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998 (adaptado).
No contexto da Primeira República no Brasil, as relações políticas descritas baseavam-se na:
coação das milícias locais.
estagnação da dinâmica urbana.
valorização do proselitismo partidário.
disseminação de práticas clientelistas.
centralização de decisões administrativas.