Brasil e Rússia assinam acordo para supervisionar Lixo Espacial

08/04/2016 - 09h54 - Por Karoline Figueiredo

O Laboratório Nacional de Astrofísica do Brasil assinou ontem (07/04) um acordo com a Agência Espacial Russa para monitoramento do Lixo Espacial. De acordo com a parceria será instalado um telescópio no Observatório do Pico dos Dias, em Brazópolis (MG)

Os russos investirão cerca de R$ 10 milhões, enquanto o Brasil disponibilizará estrutura para operação do equipamento e também custeará despesas com energia, internet, etc.

O acordo faz parte da segunda etapa de pesquisa desenvolvida pela Rússia, que já possui em seu território telescópio voltado para o mapeamento de lixo espacial. As negociações com o Brasil resultou da necessidade de encontrar uma parceria no hemisfério sul.

Segundo Bruno Castilho, diretor do Laboratório Nacional de Astrofísica, o objetivo é que os telescópios do Brasil e da Rússia permaneçam em uma posição que possam fazer imagens complementares. Ele explica que a localização no Observatório do Pico dos Dias possibilita esta condição além de ter um céu que favorece a observação.

O Laboratório Nacional de Astrofísica é uma unidade de pesquisa vinculado ao Ministério da Inovação, Ciência e Tecnologia que opera desde 1.985. O Laboratório localizado em Itajubá (MG) tem como propósito oferecer à comunidade científica serviços sofisticados para o desenvolvimento de estudos aprofundados.

LIXO ESPACIAL

São objetos lançados no espaço orbital da terra que não possuem qualquer tipo de utilidade, como fragmentos de satélites, foguetes, ferramentas perdidas por astronautas, partículas de tintas, combustíveis, entre outros.

De acordo com especialistas se a quantidade de lixos espaciais continuar a crescer, dentro de algumas décadas será impossível manter satélites em órbita terrestre.

A estação desativada Skylab caiu no planeta terra em julho de 1.979, pesando cerca de 70 toneladas, partiu em diversos pedaços ao entrar na atmosfera. Felizmente, fragmentos grandes caíram no Oceano Índico e regiões desabitadas da Austrália.

Para os países é de extrema importância considerar os percursos do lixo espacial para lançar satélites. Com os dados que serão gerados por meio de acordo com a Rússia, o Brasil passará a deter conhecimento que permitirá escolher melhor órbitas que não ofereçam riscos, além de prever a possibilidade de lixo espacial cair em solo terrestre.

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