Em declaração realizada nesta quinta-feira (15) sobre o problema da corrupção no contexto da resposta à pandemia de Covid-19, o secretário geral das Nações Unidas, António Guterres, ressaltou que a corrupção "é criminosa, imoral e a maior traição à confiança pública".
Guterres destacou que neste período de calamidade pública e crise mundial, a resposta ao vírus está criando mais oportunidades de "explorar a fraca supervisão e a transparência inadequada, desviando fundos das pessoas num momento de maior necessidade".
"Os governos podem agir apressadamente sem verificar os fornecedores ou determinar preços justos. Comerciantes sem escrúpulos vendem produtos defeituosos, como ventiladores com defeito, testes mal fabricados ou medicamentos falsificados. E o conluio entre aqueles que controlam as cadeias de abastecimento levou a custos exorbitantes de bens muito necessários, distorcendo o mercado e negando a muitas pessoas um tratamento que salva vidas", explicou o secretário.
Em seu pronunciamento, Guterres fez um apelo para que este tipo de roubo e exploração sejam impedidos, repreendendo fluxos financeiros ilícitos e aos paraísos fiscais, o combate aos interesses instalados que se beneficiam do sigilo e da corrupção, bem como "máxima vigilância sobre como os recursos são gastos em nível nacional".
"Juntos devemos criar sistemas mais robustos que sejam responsáveis, transparentes e íntegros, sem demora. Devemos responsabilizar os líderes. Os empresários devem agir com responsabilidade. É essencial ter um espaço cívico vibrante e acesso aberto à informação. E devemos proteger os direitos e reconhecer a coragem dos delatores que denunciam irregularidades", pediu Guterres.
De acordo com o secretário, a tecnologia pode contribuir para o aumento da transparência e à responsabilidade, dentro e fora à resposta da Covid-19.
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