MEC apresenta terceira versão da Base Nacional Comum Curricular; conheça os principais pontos

Por Thaís Ferraz
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Nesta quinta-feira, o Ministério da Educação (MEC) entregou ao Conselho Nacional de Educação a terceira e última versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O documento estabelece parâmetros obrigatórios para os currículos de todas as escolas brasileiras, sejam elas públicas ou privadas. Se aprovada, a BNCC deve ser implementada a partir de 2019.

Entenda como a BNCC foi construída e como ela irá impactar o ensino em todo o país:

O que é a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)?

Na definição do Ministério da Educação, a BNCC é "um conjunto de orientações que deverá nortear os currículos das escolas, redes públicas e privadas de ensino de todo o Brasil". O documento indica os conhecimentos, competências e aprendizagens esperadas de cada etapa da Educação Básica em todo o país. A BNCC define:

Como foi o processo de construção da BNCC?

A construção da BNCC teve início em 2013, com a criação do Movimento pela Base Nacional Comum Curricular. Neste ano, especialistas se reuniram para discutir a adoção de uma Base Nacional que nivelasse os currículos das escolas brasileiras.

Em 2014, o Plano Nacional de Educação (PNE) foi aprovado. O documento determinava a implantação da BNCC até junho de 2016. O texto começou a ser elaborado em 2015 por um grupo de 116 especialistas ligados à educação. A discussão também foi estendida ao público, que pôde opinar através do portal BNCC.

A primeira versão do texto foi apresentada ainda em setembro de 2015. A segunda, em maio de 2016, trazia alterações geradas pelas opiniões oriundas da consulta pública e de universidades e instituições pertencentes ao Movimento pela Base Nacional Comum Curricular. Apesar da expiração do prazo inicial para a aprovação do documento, em junho de 2016, a segunda versão da BNCC continuou sendo tema de seminários e debates, até o lançamento da terceira e última versão do documento.

Quais são os principais pontos da BNCC?

Até então, as escolas baseavam seus conteúdos a partir de diretrizes municipais e estaduais e/ou de conteúdos programáticos de vestibulares. Com a implementação da BNCC, os conteúdos ensinados e aprendidos nas escolas de todo o país serão nivelados — ainda que as instituições de ensino possuam liberdade para definir seus currículos, esses documentos deverão estar de acordo com as diretrizes da BNCC.

A Base estabelece 4 áreas de conhecimento: Matemática; Ciências da Natureza; Linguagens e Ciências Humanas. Além disso, ela estabelece 10 competências norteadoras, que "se inter-relacionam e perpassam todos os componentes curriculares ao longo da Educação Básica".

Esses são os principais pontos do documento:

Conteúdo geral

A BNCC determinará 60% do conteúdo abordado nas salas de aula de todo o país. As redes de ensino e as escolas terão liberdade para gerenciar os outros 30%.

Alfabetização

O documento estabelece que os alunos deverão concluir a alfabetização (em português e matemática) até o segundo ano do Ensino Básico.

Idioma

Na outra versão da BNCC, cada instituição de ensino teria liberdade para escolher o idioma estrangeiro que seria ensinado, de acordo com  as especificidades de cada realidade local. Agora, o Inglês se torna o idioma obrigatório a ser ensinado a partir do 6º ano do Ensino Fundamental.

Ensino Religioso

O "Ensino Religioso" foi excluído do ensino infantil e médio. A decisão foi tomada em respeito à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que determina que o Ensino Religioso seja oferecido aos estudantes de escolas públicas apenas como aula optativa.

Conteúdo de História

Se a BNCC for aprovada, o ensino de História passará a ser ensinado em ordem cronológica.

Ensino Médio

A terceira versão da BNCC não traz determinações para o Ensino Médio, já que esta etapa está sendo reformada. A previsão é de que o texto referente ao Ensino Médio seja enviado no segundo semestre de 2017.

Conheça a reforma do Ensino Médio

Próximos passos

Nos próximos meses, o Conselho Nacional de Educação irá promover audiências públicas regionais para discussão da BNCC. Após os encontros, o órgão irá dar um parecer sobre a proposta e construir um projeto de resolução. A homologação deverá ser feita pelo ministro da Educação, Mendonça Filho. O MEC deverá então estabelecer um cronograma de implementação da Base.

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