Tilápia

Por Antônio Pedro dos Reis Filho

Graduado em Ciências Biológicas (UNIOESTE, 2017)

Categorias: Peixes
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Taxonomia e Distribuição Geográfica

As tilápias são peixes de água doce, a qual foram descritas mais de 80 espécies distribuídas em três gêneros: Tilapia, Sarotherodon e Oreochromis.

Veja a seguir a classificação científica das tilápias:

Oreochromis é o gênero mais explorado pelas práticas de psicultura. Ele é formado por cerca de 32 espécies que tiveram sua origem na África, entretanto, algumas dessas foram introduzidas na maioria dos países tropicais e subtropicais visando a exploração econômica.

Características Gerais

Pelo fato de existir uma série de espécies adaptadas em diferentes regiões, é de se esperar que as tilápias apresentem um amplo hábito alimentar, assim, temos espécies herbívoras (comem plantas), fitoplanctófagas (comem algas), omnívoras (comem alimentos de origem vegetal, animal e outros) e detritívoras (comem restos de organismos).

As espécies cultivadas no Brasil, são majoritariamente fitoplanctófagas, entretanto, elas apresentam uma ampla adaptabilidade alimentar, podendo comer rações e outros subprodutos.

As tilápias apresentam dimorfismo sexual, ou seja, possuem diferenças estruturais significativas entre machos e fêmeas. As principais diferenças são:

De modo geral, as tilápias apresentam um corpo formado por escamas, possuem um longo intestino e apresentam dentes nos lábios. Sua respiração é do tipo branquial (através das brânquias), vivendo bem em locais com temperaturas entre 26°C e 28°C.

Com relação a reprodução, ela pode acontecer até 12x ao ano, as quais em todas são colocados de 800 a 2000 óvulos que estarão disponíveis para serem fecundados pelos machos. Para isso, é necessário que os peixes tenham atingindo sua maturidade sexual, que é algo que acontece a partir de 4 a 5 meses de vida.

Um fato interessante, é que algumas espécies do gênero Oreochromis, após a fecundação, as fêmeas cuidadosamente captam os ovos com a boca, os mantendo protegidos por cerca de 8 dias; durante todo esse período ela fica sem se alimentar e mantém o cuidado parental por cerca de 20 dias após a independência dos filhotes.

Quando os filhotes nascem e começam a ganhar mais liberdade, é observado que sempre que a mãe nota uma situação de perigo, ela recolhe os filhotes com a boca e os protege em sua região oral até o perigo ir embora.

Tilápia e seus Impactos na Economia Brasileira

A práticas de psicultura no Brasil começaram a ganhar destaque nos últimos 30 anos, antes disto, a atividade era de caráter extensivo e de pequeno porte, algo que foi transformado e hoje ocupa uma posição de destaque na economia brasileira.

Pode-se dizer sucesso econômico da psicultura no Brasil é reflexo da introdução de tilápias, que chegaram pela primeira vez ao país no ano de 1953, sendo que a espécie escolhida na época era a Tilapia rendalli que veio do Congo.

Entretanto, essa espécie não se mostrou viável economicamente por conta de seus aspectos biológicos e comportamentais que impactavam o processo produtivo, por isso, em 1971 tiveram que ser introduzidas outras espécies vindas de diferentes regiões do mundo, como é o caso da Sarotherodon hornorum.

No Brasil, as espécies que se destacam são do gênero Tilapia, Sarotherodon e Oreochromis, tendo como principais espécies a Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus), Tilápia Azul (Oreochromis aureus), Tilápia de Moçambique (Oreochromis mossambicus) e Tilápia de Zanzibar (Oreochromis urolepis hornorum).

O sucesso econômico dessas espécies acontece em decorrência das características de alta adaptabilidade e proliferação, sendo que essas quatro espécies foram as que apresentaram melhor desempenho em crescimento, tolerância ao frio e a salinidade, maturação sexual e prolificidade.

O mercado de tilápia no Brasil é algo que cresce a cada ano, sendo que o estado do Ceará é o principal consumidor e interno e os Estados Unidos e a Espanha os principais importadores das tilápias brasileiras que são comercializadas na forma congelada inteira ou na forma de filés congelados ou frescos.

Referências:

DE OLIVEIRA, E. G. et al. Produção de tilápia: mercado, espécie, biologia e recria. Embrapa Meio-Norte-Circular Técnica (INFOTECA-E), 2007.

FRICKE, R. Guide to fish collections. http://research.calacademy.org/research/ichthyology/catalog/collections.asp, 2012.

LEE, Bo-Young et al. A second-generation genetic linkage map of tilapia (Oreochromis spp.). Genetics, v. 170, n. 1, p. 237-244, 2005.

POPMA, Thomas J. et al. Worldwide prospects for commercial production of tilapia. 1996.

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