Família Annonaceae

Por Marilia Araujo
Categorias: Reino Plantae (plantas)
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A família Annonaceae é de grande porte, abrange mais de 130 gêneros e, aproximadamente 2.500 espécies e por estes dados entende-se porque é eleita a maior família da ordem Magnoliales. Em solo brasileiro podemos encontrar cerca de 250 espécies distribuídas em 33 gêneros. Mesmo com tanta variedade tão somente cinco gêneros (Annona, Rollinia, Uvaria, Melodorum e Asimina) são capazes de produzir frutos comestíveis, como a Graviola e a Atemóia, por exemplo. A aparência excêntrica dos frutos faz das anonáceas plantas fáceis de serem reconhecidas.

Na natureza podem ser encontradas sob a forma de árvores, menos frequentemente arbustos e lianas (cipós). Uma característica marcante dos indivíduos deste grupo é que sempre se apresentam com cascas aromáticas, folhas alternas, inteiras e simples de nervação pinada. As folhas de Annonaceae não tem estípulas, mas tem ramificações dísticas, dispostas em duas fileiras sempre dispostas em um mesmo plano. As flores estão inseridas axilarmente, nascem algumas vezes das cicatrizes foliares na madeira mais antiga e outras vezes a partir de um broto novo de folha.

Essas flores normalmente tem três pétalas, podem ser solitárias ou comporem uma inflorescência, são uni ou bissexuais. O receptáculo pode ser largo, elevado ou pequeno. As peças florais (sépalas e pétalas) mais externas são inseridas abaixo do ovário, mas também podem ser valvadas (superpostas) ou imbricadas. Quase sempre são duas ou quatro sépalas bem distintas e unidas na altura da base. É possível encontrar estames espiralados em quantidade expressiva e que também estejam posicionados abaixo do ovário. Cada unidade floral pode apresentar apenas um ou muitos pistilos, com placentação marginal, contendo um lóculo com muitos óvulos.

Os frutos podem ser do apocárpicos ou sincárpicos, mas sempre do tipo baga. Apresentam uma ou muitas sementes, com camadas envoltórias carnudas e suculentas, formando um endosperma colorido e nutritivo que envolve e protege o embrião, além disso ainda são oleosos.

A distribuição das anonáceas é quase totalmente restrita às regiões tropicais: quase 900 espécies são neotropicais, 450 são afrotropicais e o restante das espécies são indomalayas (uma ecozona que cobre a Ásia Sul, a Ásia Oriental e o Sudeste Asiático).

Comercialmente, a importância está atrelada à plantação, ao cultivo e ao comércio dos frutos comestíveis desta família. Alguns exemplares bem conhecidos são: a graviola (Annona muricata), a atemóia (que é o cruzamente de duas espécies, a Annona cherimola e Annona squamosa), a pinheira ou fruta-pinha (Annona reticulata), fruta-do-conde ou ata (Annona coriácea), o Biribá (Rollinia mucosa) e a cherimóia (Annona cherimola).

Fruta-do-conde. Foto: iidea studio / Shutterstock.com

Algumas pesquisas indicaram o crescente número de consumidores adeptos da graviola, que a consomem deliberadamente acreditando em um "poder curativo" de algumas doenças como o câncer e o Mal de Parkinson. Esse frisson deve-se ao fato de muitos experimentos terem sido realizados in vitro e in vivo em animais cobaias, sem a total comprovação dos efeitos da substância anonacina neles. Em humanos esses experimentos nunca foram realizados, ao menos não oficialmente. Outro uso que alimenta a economia e o comércio é a elaboração de medicamentos utilizados na medicina popular, com ação antifúngica, antimalárica e citostática.

Das sementes, das cascas, das raízes e das folhas são extraídas algumas substâncias como flavonóides, alcalóides e acetogeninas, para conferir propriedades antibacterianas, vermífugas e antiinflamatórias oftálmicas. Os alcalóides normalmente são empregados na elaboração de inseticidas que são largamente utilizados na agricultura para combater pragas em lavouras.

Existem ainda espécies como a Canaga odorata, conhecida popularmente como "ylang-ylang", que é bastante usada na fabricação de perfumes e pós para banho. A madeira de muitas espécies é utilizada para lenha, ou para elaborar ferramentas rústicas na floresta amazônica, como cabos de enxadas ou machado, por exemplo. Industrialmente são extraídos corantes amarelos e marrons. E, finalmente, alguns indivíduos que são comercializados e cultivados com a finalidade ornamental, como é o caso da espécie Polyalthia longifólia pendula.

Bibliografia:
http://en.wikipedia.org/wiki/Indomalaya
http://pt.wikipedia.org/wiki/Graviola
http://en.wikipedia.org/wiki/Annonaceae

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