Saúde Mental

Por Ana Lucia Santana
Categorias: Psicologia, Saúde
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Embora a Organização Mundial de Saúde alegue que não há como definir convencionalmente a saúde mental, há várias afirmações significativas sobre este conceito que podem contribuir para uma melhor compreensão de sua amplitude. A World Health Organization afirma que ela é uma condição na qual o ser humano alcança o que se denomina de bem-estar integral, o qual engloba as esferas orgânica, psíquica, social e espiritual; portanto, não diz respeito apenas à carência de enfermidades e fraquezas.

Na verdade, trata-se de atingir um padrão de vida mais elevado, no sentido afetivo e na maneira como se busca o conhecimento, ou seja, é a capacidade de apresentar um equilíbrio estável entre as aquisições interiores e as experiências ou pressões exercidas pelo mundo exterior.

Neste estágio de bem-estar os indivíduos concretizam e atualizam suas aptidões, conseguem enfrentar as dificuldades existenciais do cotidiano, trabalham produtivamente e ajudam a desenvolver o grupo social no qual estão inseridos, ainda de acordo com a World Health Organization.

Imagem: ESB Professional / Shutterstock.com

Do ponto de vista da psicologia positiva, corrente moderna que centra seu foco mais na questão da sanidade mental do que nas doenças psíquicas, a saúde da mente pode aliar o dom de um ser para avaliar a existência e a busca da harmonia entre as ações e as diligências necessárias a fim de se alcançar o que se entende por resiliência psicológica – a capacidade de transcender traumas e restituir as boas condições emocionais.

Se o Homem se revela hábil na gestão da própria existência e conduz positivamente suas diferentes emoções no interior de um vasto prisma de instabilidades, sem se deixar dominar por desvarios e fantasias, ele pode ser considerado mentalmente saudável. Mas o principal fator de determinação da sanidade mental é o nível de bem-estar, não só com o eu interior, mas também com os outros seres.

O bem-estar implica em admitir as adversidades da existência, aprender a trabalhar as emoções positivas e igualmente as negativas – alegrias, tristezas, tranquilidade, raiva, frustrações, entre outras -, bem como em conhecer as próprias limitações e, quando julgar necessário, pedir socorro a outrem.

Alguns elementos são fundamentais para que se possa identificar a presença da saúde mental em um determinado ser ou em uma dada comunidade. Dentre eles estão as ações positivas que o Homem pode direcionar para si mesmo; a evolução, o aprimoramento e a realização pessoal; a adaptação ao meio e as reações emocionais; independência e autodeterminação; recepção mais seletiva do real; conhecimento do contexto em que se vive e aptidão para uma melhor convivência na sociedade.

Até o século XVIII as pessoas mentalmente marginalizadas eram apartadas do convívio social, excluídas e separadas do todo, quando não submetidas a terríveis suplícios, visando a repressão de suas emoções e dos seus pensamentos, rejeitados pela maioria considerada sã. Desta forma, a medicina utilizou um discurso científico para justificar a construção de hospitais, hospícios e outras instituições que tinham como objetivo explícito retirar do meio social os enfermos mentais.

Desde então a ciência psiquiátrica se desenvolveu o suficiente para gerar terapêuticas em ambulatórios, muito mais eficientes no tratamento de esquizofrênicos, depressivos, pacientes bipolares, e de outros tantos distúrbios psíquicos. Eles são medicados e algumas vezes encaminhados para sessões com psicoterapeutas.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Saúde_mental
https://web.archive.org/web/20200523234613/http://www.saude.pr.gov.br:80/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1059
https://web.archive.org/web/20110106114810/http://psicologia.com.pt/media/ver_livro.php?id=141

Prof. Robert Cloninger. Promoção do bem-estar em cuidados de saúde mental centrados na pessoa, in Dora Incontri (org.). Educação e Espiritualidade - Interfaces e Perspectivas. Editora Comenius, Bragança Paulista, 2010, p. 16.

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