Extração de petróleo em terra

Por Erica Airosa Figueredo

Especialista (MBA) em Gestão da Qualidade Total (UFF, 2013)
Graduada em Química, Tecnóloga (Unigranrio, 2011)
Graduada em Ciências Biológicas (Unigranrio, 2006)

Categorias: Economia, Química

Ouça este artigo:

Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!

A exploração de petróleo realizada no continente, isto é, em terra firme é chamada de onshore. Esse tipo de exploração demanda custo menor que a exploração offshore, pois os investimentos em equipamentos são menores, permitindo que pequenas e médias empresas tenham a oportunidade de participar desse mercado.

Desde a antiguidade o petróleo era conhecido pelos seus afloramentos, principalmente no Oriente Médio. Nessa época, sua utilização era para iluminação e fins bélicos. Porém, foi em meados do século XIX que iniciou as primeiras explorações de petróleo em terra. Primeiramente, em 1850 na Escócia e em seguida em 1859 nos Estados Unidos. Por muitos anos os EUA se mantiveram como líder mundial na produção do petróleo, até a descoberta de novas jazidas.

No Brasil a primeira descoberta do petróleo foi em terra no ano de 1939, em Lobato, Bairro de Salvador. Com a perfuração de poços na região na busca do óleo negro, em 1941 surgia a primeira refinaria do Brasil, no Campo de Candeias, que está ativo até hoje. Esse campo foi um gerador de conhecimentos que foram aplicados em novos campos.

Em 2016, o Brasil produziu aproximadamente 120 mil barris por dia de petróleo extraído em terra. Atualmente (2017) são 192 campos, sendo os maiores campos encontrados no Rio Grande do Norte e na Bahia. Porém, existem campos no Maranhão, Piauí, Minas Gerais, Paraná e São Paulo.

No entanto, as descobertas continuam. Em 2015, a Petrobrás descobriu indicativos da existência de petróleo na Fazenda Belém, que abrange campos no Rio Grande do Norte e Ceará. O campo terrestre se estende pelos municípios de Icapuí, Aracati e Jaguaruana. Até aquele momento, não haviam indícios de petróleo na área correspondente ao Ceará. A expectativa é que essa descoberta compense a queda da produção de “campos maduros” na região.

A extração de petróleo em terra é realizada através de plataformas onshore, que são instaladas após a exploração geológica da região. Quando o poço não é surgente, isto é, não jorra petróleo somente com a pressão dos fluidos existentes, é necessário o uso de unidades de bombeamento. Na foto abaixo é possível ver as unidades de bombeamento, chamadas de "cavalo-de-pau".

Várias unidades bombeadoras em campo de extração de petróleo onshore. Foto: Artur1917 / via Wikimedia Commons / CC-BY-SA 3.0

A perfuração do poço pode ser segmentada em planejamento, perfuração, completação, produção e abandono. A exploração de petróleo em terra segue algumas etapas básicas:

Exploração geológica;
Instalação da plataforma onshore;
Início da perfuração do poço. Durante a perfuração são inseridos tubos que são ligados entre si, permitindo que a perfuração continue. Além disso, é adicionado lama com o objetivo de promover resistência às paredes do tubo, resfriar, lubrificar e efetuar pressão para que não ocorra a subida de materiais como água, óleo e gás.
Quando a perfuração atinge o petróleo é realizado a preparação do furo com revestimento em aço e o uso de cimento para a vedação. Conforme o aumento da profundidade do furo, os tamanhos das brocas vão diminuindo.
Quando o furo atinge a rocha o petróleo flui pelos canos de perfuração.
O petróleo extraído pode ser transportado por meio de dutos ou navios, armazenado e refinado para a separação dos seus componentes.

Durante a investigação de novos campos onshore, um novo insumo foi identificado. O shale gas, ou melhor dizendo, o gás de xisto. Extraído de rochas sedimentares é um dos insumos promissores para a petroquímica. Contudo, as explorações de petróleo em terra continuam sendo o foco onshore.