Escola de Bauhaus

Graduada em Artes-Dança (Unicamp, 2018)

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A Escola de Bauhaus teve sua origem na Alemanha pós Primeira Guerra Mundial e perdurou durante o período de 1919 a 1933, quando foi fechada pelo governo nazista. A escola era aberta para todos, homens, mulheres, alemães e estrangeiros. Isso demonstrava os valores democráticos e socialistas que ela defendia.

Sua importância para a história da arte reside no fato de que foi percussora dos ideais modernistas ao criar uma tendência artística: o movimento Bauhaus. Ele foi uma renovação cultural ao defender uma arte funcional, simplista e de fácil disseminação.

A escola surgiu durante a era industrial alemã, logo, foi um forte meio de ligação entre a indústria e os grandes artistas ao colaborar com a produção de um design artístico em massa.

A grade curricular era ampla e contava com cursos como arquitetura, decoração, pintura, escultura, cinema, fotografia, balé, design industrial, cerâmica, trabalhos em metal, publicidade, entre outras.

Características

  • Funcionalismo: a arte produzida deveria ter uma finalidade prática;
  • Baixa complexidade: o design deveria ser simplista, porém não tedioso, trazendo um diferencial no uso das cores e dos materiais;
  • Produção em larga escala: a fácil disseminação do produto deveria ser fruto de sua produção industrial em massa;
  • Acessibilidade: os valores das peças deveriam ser acessíveis para a população em geral;
  • O artista deveria, não somente, criar a obra, mas também projetar o processo de produção industrial dela.
  • Uso de formas geométricas, linhas curvas e retas;

Metodologia

Paul Klee, um dos docentes da escola, esquematizou um diagrama acerca do currículo de Bauhaus, cada etapa que o estudante passaria ao longo dos anos. Ele foi publicado no estatuto da Bauhaus em 1923.

Nos dois primeiros anos o aluno teria um curso básico, estudaria as formas e teria um primeiro contato com os tipos de materiais.

Já no terceiro ano, o curso começa a se aprofundar e novas disciplinas passam a compor o currículo. Um estudo aprofundado dos materiais e ferramentas, da natureza, do espaço, das cores, da composição, da construção e representação passa a acontecer. Além disso, os alunos tinham a oportunidade de entrar em contato com diferentes materiais como pedra, madeira, metal, tecidos, vidro e argila.

A conclusão do currículo se dá com técnicas de construção, design, engenharia e ciência. Assim, os alunos entendem por completo o processo de produção desde a concepção da peça, passando por sua testagem e de fato a produção em massa.

Arquitetura

Os valores da simplicidade e funcionalismo também são vistos nos projetos arquitetônicos de Bauhaus. A estrutura em si é o que deve ser o ponto focal da obra, dessa forma, grande parte das obras são pintadas de branco e sem textura nas paredes.

Uma característica marcante das construções é a presença de pilares, os pilotis, além contornos geométricos. Outro detalhe comum é a existência de muitas janelas.

A região Cidade Branca, em Tel Aviv, Israel, é uma referência da construção estilo Bauhaus. Lá existe uma grande concentração de edifícios brancos, construídos segundo a tendência artística da escola, o que dá origem ao nome do local. Devido a sua importância, em 2003, foi tombada pela UNESCO como Patrimônio Mundial da Humanidade.

Mobiliário e Objetos

Não somente na arquitetura e nas artes plásticas, a Escola Bauhaus também deixou sua marca na confecção de mobiliário e objetos. Todos eles seguiam os princípios artísticos do movimento sendo acessíveis para a maior parte da população. Alguns exemplos são: mesas aninhadas de Breuer, poltrona Wassily, berço de Peter Keler, abajur Bauhaus-Leuchte, chaleira Marianne Brandt, entre outros.

Artistas

  • Walter Gropius, arquiteto e fundador da escola;
  • Ludwig Mies van der Rohe, importante arquiteto que desenvolveu o “International Style” (edifícios retilíneos e espelhados);
  • László Moholy Nagy, fotógrafo que integrava a tecnologia e indústria no design e nas artes;
  • Johannes Itten, artista plástico que desenvolveu o disco de cores;
  • Erwin Piscator, diretor teatral percussor da ‘arte multimídia’ responsável por integrar diferentes mídias nos espetáculos;

Referências Bibliográficas:

MCGINITY, Lary. Bauhaus”. In: FARTHING, Stephen. Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.

VICENTE, Álex. Movimento Bauhaus, a escola que mudou a arte (e o mundo), completa 100 anos. El País, 2019. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2019/04/12/politica/1555071908_291521.html>. Acesso em: 06 de dezembro de 2021.

Arquivado em: Artes
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