Papa Leão X

Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)

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Leão X foi o 217º papa da história da Igreja Católica.

Nascido em Florença, na Itália, no dia 11 de dezembro de 1478, Giovanni di Lorenzo de Medici era o segundo filho de Clarice Orsini com Lorenço de Medici, o mais famoso governante da República de Florença. Desde cedo Giovanni demonstrava interesse pela vida eclesiástica. Seu pai pressionou o Papa Inocêncio VIII para nomeá-lo como cardeal-diácono quando Giovanni tinha apenas sete anos de idade. O jovem garoto foi cuidadosamente educado, estudou Direito Canônico e Teologia e cresceu como colega de importantes humanistas. Com 16 anos de idade foi formalmente admitido no Colégio de Cardeais e passou a residir em Roma, voltando para Florença com a morte de seu pai. Residindo novamente em Roma, estudou arte e literatura e tornou-se cada vez mais influente na Igreja Católica.

Estátua do Papa Leão X, de Bartolomeo Bandinelli (1494) - Palazzo Vecchio (Florença, Itália). Foto: Hadrian / Shutterstock.com

Com o falecimento do Papa Júlio II, Giovanni di Lorenzo de Medici foi eleito papa no dia 19 de março de 1513, adotando o nome de Leão X. Seu papado transformou Roma em um centro cultural e aumentou o poder papal no continente. Ele deu continuidade ao trabalho de seu antecessor e acelerou as obras da Basílica de São Pedro, ampliou a biblioteca do Vaticano e marcou a cidade romana como centro cultural do Ocidente. No entanto, apesar de sua dedicada atuação cultural e artística, o Papa Leão X também enfrentou muitos problemas políticos e militares durante seu papado.

O Papa Leão X firmou um acordo político que permitiu aos reis franceses a escolha de quase toda a hierarquia religiosa da França. Esse acordo que garantiu relativa estabilidade foi abalado quando o rei francês Francisco I invadiu a Itália. Foi então que o Papa Leão X apoiou as tropas do imperador espanhol Carlos V e passou a agir de uma maneira que embasaria os argumentos da Reforma Protestante. Para sustentar os gastos militares do conflito, o papa começou a vender indulgências, ou seja, exigia que as pessoas pagassem financeiramente seus pecados, sob o risco de não irem para o paraíso. Leão X colocava preço nos pecados e obrigava os pecadores a pagar com dinheiro para obter a absolvição. Além disso, ameaçava os fieis de que suas almas não seriam capazes de entrar no reino dos céus caso não pagassem por crimes como assassinato, incesto e roubo.

A postura do papa foi fundamental para compor as teses elaboradas por Martinho Lutero em crítica à Igreja Católica. Leão X, por sua vez, não teve capacidade de avaliar as raízes políticas e sociais das teses luteranas e perdeu a oportunidade de promover reformas necessárias na Igreja Católica ao concluir o Concílio de Latrão iniciado por seu antecessor Júlio II. Apesar disso, Leão X deixou como legado a condenação da escravidão e defesa do abolicionismo, a ampliação da caridade, a reforma da universidade em Roma e com o patrocínio de artistas.

O Papa Leão X faleceu aos 45 anos de idade no dia primeiro de dezembro de 1521 e foi sucedido pelo Papa Adriano VI.

Fontes:
DUFFY, Eamon. Santos e Pecadores: história dos Papas. São Paulo: Cosac & Naify, 1998.
FISCHER-WOLLPERT, Rudolf. Os Papas e o Papado. Petrópolis: Editora Vozes.

Arquivado em: Biografias
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