Virgílio

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O célebre poeta romano Virgílio nasceu na cidade de Andes, próxima a Mântua, no dia 15 de outubro de 70 a.C., no seio de uma família rural, e foi batizado como Publius Vergilius Maro.

Através do matrimônio, o imortal poeta latino alcançou a segurança financeira necessária para estudar filosofia e retórica com os melhores professores, primeiro em Cremona, depois em Milão e posteriormente no grande centro intelectual, em Roma, cidade que lhe permitiu o convívio com as mais refinadas inteligências da época. Neste período ele se tornou protegido de Mecenas, travou amizade com Horácio e teve contato com o Imperador Augusto, recebendo dele todo estímulo para criar sua obra-prima, a Eneida.

Virgílio escreveu Bucólicas ou Éclogas, uma série de dez poemas que traduzem sua paixão pela produção pastoril de Teócrito de Siracusa, que viveu no século 3 a.C. Este livro foi elaborado aproximadamente entre 42 e 38 a.C. As quatro Geórgicas foram criadas em 29 a.C., para homenagear Mecenas, seu financiador, nas quais ele glorifica a Itália e enfoca educacionalmente aspectos como a lavoura, a avicultura e a apicultura; sua obra eterna, a Eneida, foi produzida logo depois.

Nas Geórgicas o poeta insere, em meio a um tratado sobre a agricultura, conotações políticas, pois elogiando a esfera rural ele exalta a vida campestre, realizando uma apologia do ideário defendido pelo Império, a quem convém honrar os camponeses e seus meios de sobrevivência. Esta obra apresenta traços que lembram Hesíodo e Lucrécio, autores admirados por Virgílio. Ao lado da Eneida, ela é vista pelos estudiosos como seu trabalho mais apurado no estilo literário.

Sua produção mais célebre, porém, é a Eneida, que lhe permitiu ser respeitado, ainda vivo, como o maior autor latino e a mais importante expressão poética romana. Ele subverteu, com seus versos poderosos e densos, a epopéia e a tragédia gregas. Sua imaginação não tem limites e os aspectos linguísticos são diversificados e preciosos, enquanto os temas religiosos e morais enfocados pelo autor são tão complexos que vêm desafiando a compreensão de estudiosos ao longo do tempo.

Embora se destaquem nesta obra os valores épicos, é impossível não perceber o tom de tristeza que permeia seus versos, enfatizando o eterno sentimento de perda que devasta a alma humana. A Eneida atendia naquele momento as necessidades de uma civilização que por dez anos estivera mergulhada em intensa agitação, e agora precisava se auto-afirmar.

Este clássico descreve a jornada do troiano Enéas, fugitivo da Guerra de Tróia, guiado pelos deuses até o território italiano, onde edifica a cidade de Roma. Trata-se, portanto, de uma elegia ao imperador Augusto, pois a obra confere aos romanos uma linha de antepassados essencialmente latinos, ao mesmo tempo em que destaca uma procedência divina.

Sua obra ficou incompleta, pois o poeta morreu antes de aperfeiçoá-la ainda mais; dizem que o autor exigiu, antes da morte, que seus textos fossem queimados, pois não queria que eles ficassem inacabados. Pouco antes de seu falecimento, ele apresentara parte de seu clássico à família do Imperador, em 23 a.C. Virgílio morreu justamente quando voltava da viagem de seus sonhos, pela Grécia, onde finalmente entrou em contato com a vida cultural helênica que tanto admirava. Ele morreu em Brindisi, no dia 21 de setembro de 19 a.C., e está enterrado em Nápoles.

Fontes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Virgílio
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u492.jhtm

Arquivado em: Biografias, Escritores
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