Linfócitos

Pós-Doutorado Ciências Biológicas (UNESP, 2013)
Doutorado em Ciências Biológicas (UNESP, 2009)
Graduação em Ciências Biológicas (UNESP, 2005)

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Os linfócitos são um tipo de leucócito presente no sangue e possuem um importante papel na defesa do corpo. Eles reconhecem moléculas de organismos e/ou partículas estranhas em agentes infecciosos e combatem-nas através da resposta citotóxica mediada por células ou por resposta humoral produzindo imunoglobulinas (anticorpos). O percentual de linfócitos encontrado no sangue de pessoas saudáveis é em torno de 20 e 30% dos leucócitos totais, porém, este número varia de acordo com a saúde do paciente. Em pacientes deprimidos, ou estressados, esta porcentagem cai muito, ou no caso de uma infecção viral, esta porcentagem cresce bastante. Numa rejeição de transplante, observamos grande aumento de linfócitos.

Os linfócitos são células de formato esférico com diâmetro variável entre 6 e 10μm e possuem um grande núcleo esférico central com heterocromatina disposta na forma de grumos grosseiros fazendo com que o núcleo seja corado de maneira intensa em preparações de rotina, facilitando a identificação deste tipo celular. Seu citoplasma é escasso e em preparações de esfregaço aparecem como um anel em volta no núcleo. Quando observado com microscopia eletrônica o citoplasma apresenta-se pobre em organelas e uma quantidade moderada de ribossomos livres.

Apesar de possuírem morfologia semelhante, os linfócitos podem ser classificados em três grupos diferentes de acordo com as moléculas encontradas em sua superfície celular: linfócitos B, linfócitos T e Linfócitos NK (natural killer).

O tempo de vida de um linfócito é variável podendo de estender de poucos dias até vários anos. Enquanto os outros tipos de leucócitos migram somente na direção sangue-tecido, os linfócitos circulam livremente do sangue para os tecidos e vice-versa.

Todos os linfócitos são produzidos na medula óssea a partir de células-tronco, os linfócitos B saem maduros da medula óssea e instalam-se nos órgãos linfáticos periféricos (baço, linfonodos, nódulos linfáticos, placas de Peyer do íleo, tonsilas e apêndice) onde se proliferam e terminam a sua diferenciação, enquanto os linfócitos T migram para o timo onde completam sua maturação.

Linfócitos B

Os linfócitos B representam entre 5 e 10% dos linfócitos do sangue e são recobertos por moléculas receptoras de antígenos, quando são estimulados por algum antígeno, diferenciam-se em plasmócitos e iniciam a produção anticorpos. Neste estágio, este tipo celular apresenta citoplasma característico de células secretoras, rico em retículo endoplasmático e complexo de Golgi. Além da produção de anticorpos, as células B também são responsáveis pela apresentação de antígenos para as células T. Alguns linfócitos B ativados não se diferenciam em plasmócitos dando origem as células B da memória imunitária, que reagem rapidamente a uma segunda exposição ao mesmo antígeno.

Linfócitos T e Natural Killer

Os linfócitos T representam 65 a 75% dos linfócitos sanguíneos e, assim como os linfócitos B, também originam-se de células-tronco encontradas na medula óssea, porém, antes de se diferenciar completamente, eles migram para o timo onde, por fim, terminam seu processo de diferenciação celular. No timo, os linfócitos T diferenciam-se em diferentes subpopulações: célula T-helper, T-supressora e T-citotóxica (células NK – natural killer). Os linfócitos T-helper estimulam a transformação dos linfócitos B em plasmócitos. Os linfócitos T-supressores inibem as respostas humoral e celular e apressam o término da resposta imunitária. Linfócitos T-helper e T supressores são células reguladoras. Os linfócitos T-citotóxicos agem diretamente sobre as células estranhas e as infectadas por vírus.

Bibliografia

Histologia básica I L.C.Junqueira e José Carneiro. - [12 . ed]. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.

Hernadez F Carvalho, Carla Beatriz Collares Buzato. Células: Uma abordagem multidisciplinar. Editora Manole, 2005

Abraham L. Kierszenbaum. Histologia e Biologia celular, Uma introdução à patologia. 3ª edição. Elsevier, 2012

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