Ano dos Seis Imperadores

Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)

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O Ano dos Seis Imperadores marcou a ocupação do posto de Imperador Romano por seis indivíduos no curto período de um ano.

O ano 238 foi muito movimentado e marcado por uma intensa alternância de indivíduos como imperadores de Roma. A grande disputa política que havia no Império Romano chegou a um nível muito elevado nessa ocasião, acarretando em grande instabilidade por causa de tanta troca no comando de uma civilização. No início do referido ano, quem ocupava a posição de liderança em Roma era Maximino Trácio, o qual estava no poder desde 235. Mesmo com pouco tempo de governo, já era um líder mal visto e não agradável. Considerado tirano e cruel, uma revolta se organizou contra seu governo no Norte da África, no mês de janeiro de 238. Os revoltosos assassinaram o coletor de impostos imperial e se movimentaram insistindo para que Gordiano, que era governador regional, se proclamasse imperador.

Gordiano já era um homem velho e sabia que não tinha muito mais a oferecer ao povo. Concordou relutante, mas decidiu que seu filho governaria junto com ele e com poderes iguais. Assim, o senado romano reconheceu Gordiano I e Gordiano II como imperadores. O velho homem de 80 anos que assumiu o Império Romano sabia que não teria muito tempo de governo, mas não imaginava que seria tão pouco tempo. Com apenas 20 dias de governo, os imperadores enfrentaram a fúria de Capeliano, governador da província da Numídia e que guardava rancor dos Gordianos, o qual liderou seu exército em Cartago e derrotou as forças dos imperadores decisivamente. Na verdade, quem morreu primeiro foi o imperador filho. Sabendo da notícia, o imperador pai, Gordiano I, se enforcou.

Enquanto isso, o antigo imperador Maximino que passou a ser um inimigo público liderou um novo exército até Roma. Com a morte dos Gordianos, o senado elegeu dois novos imperadores, Pupieno e Balbino. Os novos líderes também eram idosos e não agradavam o povo, que atirou paus e pedras contra os mesmos. O clima de instabilidade e de insatisfação levou a nomeação de Marco Antonio Gordiano Pio como imperador. O novo líder, que era neto de Gordiano I, foi nomeado apenas para apaziguar a população da capital que se mostrava insatisfeita.

Para segurar o avanço de Maximino, Pupieno liderou um exército para enfrentar o antigo imperador e Balbino ficou em Roma para novas decisões. A investida de Maximino, contudo, enfrentou várias dificuldades e o colocou em descrédito com seu exército. Maximino e seu filho foram assassinados por seus soldados e suas cabeças foram levadas para Roma. Desta forma, os soldados ganharam o perdão do senado e voltaram para seus antigos postos.

Em Roma, Balbino não havia conseguido controlar a situação e a população ainda estava descontente quando retornou Pupieno. A situação foi aliviada com os imperadores todos presentes, mas a dificuldade permaneceu. Daí em diante a relação dos governantes foi marcada por boatos de que um planejava assassinar o outro, o que criou um ambiente de grande instabilidade e desconfiança de ambos. A guarda petroriana deu um fim na situação arrastando os imperadores nus pela cidade, torturando-os e matando-os. Gordiano III herdou o império como líder único embora com sua idade, apenas 13 anos, os conselheiros tivessem a maior parte de seu poder.

 

Arquivado em: Civilização Romana
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