Zinco

Especialização em Bioquímica (FAMEESP, 2022)
Graduação em Química (UNIB, 2008)

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O elemento zinco, já conhecido por civilizações milenares como a Grega e a Romana, fora oficialmente redescoberto no século XVIII. O nome zinco possivelmente foi originado a partir do termo em alemão, zinc. O termo zinc, por sua vez, pode ter sido derivado de uma corruptela do termo persa sing, que significa pedra. Independentemente da origem do nome, sabe-se que o metal é conhecido há pelo menos dois mil anos, sendo as primeiras grandes civilizações ocidentais a identificá-lo como um metal diferente dos demais disponíveis à época. Na Índia foram encontradas plantas industriais rudimentares, onde se processavam os minérios de zinco em larga escala por mais de quatrocentos anos.

Fora na China que a produção de zinco atingiu o seu ápice, pois os chnieses desenvolveram o processo de produção e refino em larga escala deste metal. Documentos do século XVIII atestam que um navio da Companhia das Índias afundou na costa da atual Suécia, com um carregamento de zinco chinês, de alta pureza, como fora atestado posteriormente.

A comunidade científica europeia, até meados do século XVIII, não havia determinado a identidade química do elemento zinco. Embora existam algumas controvérsias históricas, foi outorgada à Andreas Marggraf a “descoberta” do zinco, através da reação de redução de um de seus minérios com carvão vegetal.

Obtenção

O metal zinco pode ser extraído de diversos minerais, sendo a calamina (silicato que contém zinco), a blenda (sulfato de zinco – ZnS) e a smithsonita (carbonato de zinco – ZnCO3) alguns dos minérios de interesse. As maiores reservas de zinco encontram-se na China, Austrália e Peru e encontram-se em produção.

A obtenção de zinco metálico a partir do sulfeto de zinco é iniciada pela ustulação do minério, que consiste em aquecer o minério em atmosfera rica em ar de modo a produzir o óxido de zinco, conforme a equação a seguir:

Este óxido de zinco será então reduzido com carvão, formando zinco metálico e monóxido de carbono, conforme a equação a seguir:

Embora a rota piro – metalúrgica seja utilizada em larga escala, pode-se obter zinco através da eletrólise de seus sais, sendo este um processo mais caro que o citado anteriormente.

Aplicações

O elemento zinco é um micronutriente de importância crucial aos seres vivos, uma vez que o mesmo está presente no sítio ativo de mais de quinze enzimas. Estando presente nos alimentos, a quantidade deste micronutriente está em constante reposição em nosso organismo.

O zinco metálico é utilizado como metal de sacrifício, objetivando que o mesmo sofra corrosão no lugar do metal que é interessante proteger, como o ferro e a liga de aço, importantes metais do setor da construção civil. Suas ligas metálicas desempenham muito bem, como é o caso do latão, destinado majoritariamente à produção automobilística.

Seu óxido é importante no setor industrial de pigmentos e tintas, e em diversos outros setores produtivos (farmacêutico, cosmético, têxtil), sendo um importante componente de pilhas e baterias. A maquiagem branca de diversos artistas circenses é composta de óxido de zinco em emulsão cremosa, indicando os diversos usos deste material. O setor industrial da galvanização utiliza sais de zinco na proteção de metais menos nobres, utilizando-se de conceitos da eletrólise para tal.

O zinco apresenta valência Zn2+, sendo considerado um metal de caráter anfótero.

Referências bibliográficas::

Tabela periódica virtual da UNESP: http://www2.fc.unesp.br/lvq/LVQ_tabela/030_zinco.html

Aplicativo “Periodic Table” – Real Society of Chemistry (RSC)

FELTRE, R. Química Geral – 5ª Ed. – São Paulo: Moderna, 2000. p.510 – 511.

STRATHERN,P. O sonho de Mendeleiev: a verdadeira história da química. (tradução de Maria Luiza X. de A. Borges). Ed. Zahar. 2002.

KEAN, S. A colher que desaparece. (tradução de Cláudio Carina). Ed. Zahar. 2011.

Arquivado em: Elementos Químicos
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