Vidro

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A palavra “vidro” reúne em si vários significados, e pode ser usada, por exemplo, para caracterizar o estado de uma substância, ou substância vítrea, ou então um material funcional, como uma vidraça ou finalmente um objeto como uma garrafa de vidro. Este artigo trata  basicamente da substância. Desse modo, a substância vidro pode ser definida como inorgânica, amorfa e fisicamente homogênea, obtida através do resfriamento de uma massa em fusão que endurece pelo aumento contínuo de viscosidade até atingir a condição de rigidez, mas sem sofrer cristalização.

Vidro temperado estilhaçado. Foto: Robert B. Miller / Shutterstock.com

Vidro temperado estilhaçado. Foto: Robert B. Miller / Shutterstock.com

Não importa o tipo de vidro o qual se faz referência, se natural ou fabricado pelo homem, ele possuirá características básicas como apresentação de uma estrutura amorfa ou vítrea, ou seja, a combinação da estrutura ordenada dos sólidos cristalinos com a desordenada, característica dos líquidos. Numa proporção microscópica, o vidro mostrará uma arranjo aparentemente desordenado, mas seus átomos estarão em uma posição fixa.

Além da estrutura vítrea, o vidro irá demonstrar um comportamento particular durante o arrefecimento, conhecido como cristalização. Este surge normalmente, por arrefecimento do líquido, à mesma temperatura em que ocorre a fusão. Desse modo, o arrefecimento do material deve acontecer de forma rápida, de modo a não dar tempo suficiente para uma reorganização da estrutura atômica dos materiais, requerida pela cristalização.

Na natureza encontramos os chamados vidros vulcânicos, como a obsidiana, resultado do esfriamento rápido do magma, dando origem a uma rocha com um brilho vítreo intenso. Quanto à produção de vidro pelo homem, acredita-se que a prática tenha surgido por acaso, quando alguém deixou que um forno de cerâmica atingisse uma temperatura excessiva, fundindo uma determinada carga. É certo que muito tempo antes já existiam artesãos fazendo amuletos e pequenos recipientes com um material chamado faiança egípcia, composta basicamente de areia e álcali. É provável que o vidro confeccionado na Mesopotâmia foi descoberto como resultado do superaquecimento da faiança egípcia.

Inicialmente, o vidro era modelado depois de frio, por meio de instrumentos abrasivos, tal qual um objeto de pedra. Pouco depois descobre-se a maleabilidade do material, e que este poderia ser melhor trabalhado ainda quente. Os instrumentos abrasivos são abandonados e o vidro passa a ser produzido de duas maneiras: a primeira consistia em mergulhar o molde de barro no vidro derretido e retirá-lo por raspagem após o resfriamento; o segundo método consistia em produzir varetas compridas de vidro, reaquecê-las e enrolá-las em torno de uma forma. Após novo aquecimento, o objeto era rolado sob uma laje de pedra para que sua superfície ficasse lisa.

No segundo século surge a modelagem do vidro quente por assopro, por meio de tubos compridos de ferro, método que é bastante similar ao praticado nos dias de hoje.

Leia também:

Bibliografia:
MARQUES, Eva. O que é o vidro? Disponível em: http://oficina.cienciaviva.pt/~pw054/vidro/Oqueeovidro.htm. Acesso em: 30 set. 2012.
Pequena História das Invenções. São Paulo: Abril S.A. Cultural e Industrial, 1976.

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