Cinomose

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Por Débora Carvalho Meldau

A cinomose é uma doença infecto-contagiosa provocada pelo Vírus da Cinomose Canina (VCC) pertencente à família Paramyxoviridae, que afeta os cães e os canídeos silvestres sendo muito comum nos animais jovens, geralmente no seu primeiro ano de vida. Entretanto, pode infectar animais mais velhos, caso estes não tenham sido previamente imunizados através da vacinação, ou então, animais que tenham adquirido uma doença que abaixe sua resistência , tornando-o uma presa fácil para o vírus da cinomose.

Transmissão e Contágio

Este vírus pode sobreviver durante um longo período de tempo em ambiente seco e frio, mas pouco tempo (cerca de um mês) em local seco e úmido. A contaminação se dá ou através do contato direto do animal com o vírus, através da via aerógena (ar contaminado) e, também, por via digestiva e fômites (objeto ou outro ser vivo que carrega esse vírus em sua superfície). No caso da transmissão direta, a principal fonte de contaminação são as secreções nasais e saliva de animais contaminados, através dos perdigotos (quando o animal espirra) e, também, através das gotículas que são liberadas durante a respiração, mas também estão presentes no fluxo ocular, sendo este uma fonte de contaminação.

Sintomas

Após a infecção, existe um período de incubação, que geralmente varia de 3 a 6 dias, podendo estender-se até 15 dias. Em seguida, o animal apresenta um quadro febril (temperatura em torno de 41°C), anorexia, corrimento nasal e ocular, sendo que estes sintomas duram de 1 a 2 dias, aparentemente, voltando ao normal por alguns dias. Por conseguinte, há o aparecimento do segundo pico febril que se estende até o final da doença.

Os sinais clínicos desta enfermidade dependem de fatores relacionados ao estado imunitários do animal, aos órgãos afetados e à virulência da cepa. Os primeiros sintomas da doença, estão relacionados aos sistemas respiratório e gastrointestinal.

Em relação ao sistema respiratório, o animal apresenta tosse, devido à inflamação das vias respiratórias e, quando esta inflamação estende-se para o pulmão, há a ocorrência de pneumonia. Há também, a presença de descargas nasais, dispnéia e produção de secreções oculares que se acumulam no canto do olho.

Quanto ao sistema gastrointestinal, os sinais mais comuns de serem encontrados são: vômitos e diarréia, sendo que está última é serosa no início, passando a ser sanguinolenta (hemorrágica) e, por último, purulenta.

Quando a doença se agrava, há o surgimento de sintomas neurológicos, sendo que a partir deste momento a recuperação torna-se mais complicada. Neste estágio, o animal pode apresentar convulsões, mioclonia (espasmos musculares involuntários), paralisia dos membros (principalmente dos posteriores), tremores de cabeça, nistagmo, movimentos de andar em círculo e “pedalar”, podendo ocorrer micção e defecação involuntária.

Diagnóstico

O diagnóstico pode ser feito através da história e sinais clínicos, mas para uma confirmação, deve ser feito exames laboratoriais, como o teste de anticorpos fluorescentes ou isolando-se o vírus.

O prognóstico é reservado na fase inicial da doença, pois pode progredir para a fase nervosa. O curso pode ser rápido (durando alguns dias), podendo durar semanas e até meses. Os animais que sobreviveram pode ficar com seqüelas ou poderão se recuperar normalmente.

Tratamentos

O tratamento de eleição é feito com o uso do Soro Hiperimune (Gama Globulinas específicas), associado com antibióticos para combater as infecções secundárias possivelmente presentes.

A prevenção é feita com a aplicação de vacina, de preferência, a vacina viva atenuada. É recomendado fazer a vacinação da fêmea contra o VCC antes da cobertura para transmitir aos filhotes anticorpos contra a cinomose através da placenta. Após o nascimento, a primeira vacinação deve ser realizada pelo menos após 30 dias do desmame, sendo que as segunda e terceira doses devem ser feitas 30 e 60 dias após a administração da primeira dose, respectivamente.

Fontes:
Enfermidades Infecciosas dos Mamíferos Domésticos - Waltes Maurício Corrêa e Célia N. Maurício Corrêa (2° ed, 1992).
http://www.homeopatiaveterinaria.com.br/cinomose.htm
http://www.center.vet.br/cinomose.html
http://www.saudeanimal.com.br/artig172.htm

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