Síndrome Urológica Felina

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

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A síndrome urológica felina, também conhecida como obstrução urinária felina, consiste em um grupo de problemas que acomete aproximadamente 1% dos felinos doméstico, que afeta o trato urinário desses animais, caracterizada por hematúria, disúria, polaquiúria e obstrução uretral parcial ou completa.

Este transtorno afeta primariamente animais do sexo masculino, devido à propensão à obstrução uretral. Já as fêmeas apresentam incidência similar, porém não obstrui as vias urinárias.

A causa ainda não foi completamente elucidada; todavia, alguns veterinários acreditam que gatos pouco ativos, obesos, que consomem alimentos muito secos e ingerem pouca água apresentam maiores chances de desenvolver esta síndrome.

As manifestações clínicas incluem:

  • Dor ao urinar, associada à ausência ou dificuldade de micção;
  • Aumento da frequência urinária, porém em diminutas quantidades;
  • Hematúria;
  • Vômito;
  • Desidratação severa;
  • Hálito urêmico;
  • Anorexia;
  • Vocalização;
  • Letargia;
  • Agressividade;
  • Dor abdominal à palpação.

Comumente, a síndrome urológica felina está relacionada à cistite, presença de litíases, ou qualquer outro tipo de infecção no trato urinário.

O maior perigo que esta síndrome pode oferecer é a completa obstrução das vias urinárias baixas, em decorrência do acúmulo de urina na bexiga, que leva à formação de pequenos cristais, conhecidos como cálculos.

Por meio de testes laboratoriais é possível observar acidose metabólica, leve hiponatremia, hipercaliemia, hipermagnesemia, hiperfosfatemia, hiperglicemia, hiperproteinemia, hipocalcemia, hipocloremia, hematúria, cristalúria e azotemia pós-renal. A cultura da urina deve ser realizada quando a urinálise apontar piúria e/ou bacteriúria, além de hematúria, devendo a urina ser colhida, neste caso, por cistocentese. A avaliação da filtração renal é realizada por meio da mensuração dos níveis séricos de ureia e creatinina.

O tratamento deve ser estabelecido rapidamente. Comumente inicia-se fazendo com que o animal elimine a urina estagnada na bexiga, ou por meio de massagem abdominal, visando estimular a liberação da urina, ou através da colocação da sonda uretral. Como a uretra dos gatos é muito estreita e esses animais costumam ser muito agitados, habitualmente é necessário anestesiá-los para passar a sonda. Após eliminação da urina, deve-se hidratar o animal, administrando-se soro. Também deve ser utilizados antibióticos e/ou anti-inflamatórios.

Animais machos que apresentam um quadro crônico podem ser submetidos à cirurgia, objetivando facilitar a passagem da urina, bem como impedir a formação de cálculo urinário.

A adoção de algumas medidas pode auxiliar na prevenção do reaparecimento desta desordem e incluem:

  • Alteração da alimentação, incluindo alimentos com maior umidade e que não possuam acidificantes ou elevado teor de magnésio;
  • Fornecer água limpa aos animais;
  • Oferecer quantidades pequenas de alimento aos gatos para que ele não engorde excessivamente.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_urol%C3%B3gica_felina
http://www.saudeanimal.com.br/artigo2.htmhttp://www.scielo.br/pdf/cr/v28n3/a24v28n3.pdf
http://www.veterinariosnodiva.com.br/books/Sindrome-do-Felino-obstruido.pdf

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