Neuromoduladores

Mestre em Neurologia / Neurociências (UNIFESP, 2019)
Especialista em Farmácia clínica e atenção farmacêutica (UBC, 2019)
Graduação em Farmácia (Universidade Braz Cubas, UBC, 2012)

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Neuromoduladores são mensageiros liberados por neurônios no sistema nervoso periférico ou central, e normalmente afetam grupos de células com receptores apropriados para esse tipo de mensageiro, células essas que chamamos de alvo. A liberação é realizada por um neurônio e seu local de ação pode ser próximo ou distante da região liberada, e frequentemente este tipo de substância atua como segundo mensageiro.

Os neuromoduladores são substâncias que possuem a capacidade de prolongar ou reduzir o efeito de um neurotransmissor, ou seja, podem modular a excitabilidade de uma membrana, e normalmente atuam em conjunto com os neurotransmissores porém sem alterar a essência de sua transmissão. Neuromoduladores, podem também, ativar vias de sinalização molecular no neurônio pós sináptico, influenciando a transmissão sináptica de modo indireto.

A produção desses moduladores é realizada no retículo endoplasmático rugoso presente no corpo celular dos neurônios, já a produção de neurotransmissores geralmente se dá no citoplasma do corpo celular. Em geral os neuromoduladores são peptídeos, lipídios ou gases, esses quando peptídeos possuem precursores com alto peso molecular, após estes são clivados em polipeptídeos e armazenados para futura secreção como exemplo de moduladores peptídicos temos a gastrina, colecistocinina (CCK), os hormônios da neuro-hipófise como a vasopressina e ocitocina, as insulinas, os opioides como as encefalinas, nociceptinas, dinorfinas e as endorfinas, as secretinas dentre elas temos o glucagon, secretina e o peptídeo intestinal vasoativo, as somatostatinas, e as taquicininas como a substância P e a substância K.

No caso de neuromoduladores gasosos temos o óxido nítrico (NO) e o monóxido de carbono (CO), que são normalmente produzidos em terminais sinápticos por enzimas e possuem a capacidade de atravessar livremente as membranas por difusão simples, sendo assim não são estocadas em vesículas ou grânulos, pois sua ação é praticamente dada após sua produção.Dentre os lipídicos temos os endocanabinóides como a anandamida e o 2-araquidonoilglicerol (2AG) esses imitam a ação de compostos presentes na cannabis, os canabinóides.

Os neuromoduladores lipídicos e gasosos são diferenciados pois agem como mensageiros retrógrados, e têm em comum a propriedade de atravessar livremente membranas plasmáticas devido suas características lipofílicas, quando são sintetizados se difundem em diversas direções exercendo suas ações em células próximas de maneira imediata, por ativação ou bloqueio de receptores ou em vias bioquímicas .

Neurotransmissores x Neuromoduladores

Atualmente diversas moléculas foram recém-descobertas e isso levou a necessidade de se estipular padrões para que essas moléculas se encaixem como neurotransmissores (NTs) ou neuromoduladores (NMs). Atualmente as seguintes características são consideradas para a inclusão da nova molécula na classe dos (NTs):

  • Os neurotransmissores devem ser sintetizados dentro do neurônio ao contrário dos neuromoduladores.
  • Os NTs devem ser encontrados na terminação pré-sináptica e secretado em quantidades suficientes para surtir efeitos no local de ação;
  • Os NTs devem imitar a ação de um transmissor endógeno, quando este for aplicado exogenamente;
  • Os NTs devem apresentar mecanismos específicos para sua remoção.

Referencias bibiográficas:
Neurociência básica, Anatomia e Fisiologia. Editora Guanabara  Koogan. Arthur C. Guyton

Neurociências. Desvendando o sistema nervoso. Editora Artmed. Bear  MF, Connors BW, Paradiso MA

Neurociência básica, Anatomia e Fisiologia. Editora Guanabara  Koogan. Arthur C. Guyton

Princípios da Neurociência. Editora Manole. Kandel ER, Schwartz JH,  Jessell TM.

Cem bilhões de neurônios. Conceitos fundamentais de neurocência.  Editora Atheneu. Lent R.

http://olharocerebro.com/index.php/2015/09/17/neurotransmissores/

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