Distensão muscular

Graduação em Fisioterapia (Faculdade da Serra Gaúcha, FSG, 2014)

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A distensão ou estiramento muscular caracteriza-se pela lesão de fibras musculares que se submetem a esforços que fazem com que poucas ou muitas fibras musculares sofram ruptura, podendo envolver a ruptura dos vasos sanguíneos, originando assim um hematoma acompanhado por um processo inflamatório. As distensões e estiramentos podem ser classificadas como:

  • Distensão aguda: ocorre quando os tendões e músculos são recrutados para fazer uma contração de forte intensidade e de forma repentina. Podem ser exemplificadas com as contusões que ocorrem durante a prática desportiva de modalidades competitivas, fazendo com que haja um recrutamento muscular brusco para realizar exercícios de força contra uma resistência.
  • Distensão crônica: ocorre em consequência à prática de exercícios repetitivos, prolongados, que recrutam sempre os mesmos grupos musculares. Geralmente associada à prática desportiva de modalidades que exigem maior resistência, como a corrida e ciclismo;

A força tênsil que é exercida sobre o músculo lesionado faz com que ocorra um estiramento excessivo das miofibrilas, sendo mais presente em estruturas musculares mais superficiais e predominantemente os músculos que cruzam duas articulações. Contudo, alguns fatores de risco devem ser levados em consideração quando ocorre a manifestação da disfunção em questão, tais como:

  • Falta de aquecimento anterior à prática da modalidade desportiva/do gesto esportivo;
  • Ausência de condicionamento físico para que a técnica da modalidade a ser praticada seja realizada de forma adequada;
  • Excesso de peso corpóreo;
  • Cansaço extremo;
  • Falta de períodos de descanso para os grupos musculares recrutados durante a prática da modalidade;
  • Treinos excessivamente extenuantes;

Dentre os sintomas que a disfunção pode apresentar, podem ser citados como mais característicos:

  • Dor intensa;
  • Hematoma;
  • Edema;
  • Dificuldade na movimentação da estrutura muscular lesionada;
  • Ocorrendo ruptura completa das fibras musculares e de alguns vasos sanguíneos, a estrutura lesionada pode apresentar um hematoma e edema local muito maiores;
  • Nas distensões e estiramentos agudos, os sintomas podem vir acompanhados de dores em pontadas e dificuldade na movimentação do músculo comprometido;

As lesões musculares podem ser classificadas em quatro graus, podendo variar conforme o número de estruturas agredidas e a forma como se apresentam após a lesão:

  • Grau I: lesão com ruptura de poucas fibras musculares, mantendo a estrutura da fáscia muscular intacta;
  • Grau II: lesão com moderado número de fibras rompidas, mantendo a estruturada fáscia muscular intacta;
  • Grau III: lesão de um grande número de fibras musculares, acompanhada de lesão parcial da fáscia muscular;
  • Grau IV: lesão completa da estrutura muscular e da fáscia, rompendo assim a junção músculo-tendínea;

Para que o diagnóstico seja feito de forma mais precisa, utilizam-se exames de imagem, tais como radiografia, ressonância magnética e ecografia, estabelecendo assim o diagnóstico diferencial para orientar a melhor conduta de tratamento para ser realizada. A exclusão da possibilidade de fratura do segmento a ser avaliado auxilia para que a conduta seja mais enfática no processo de recuperação.

Já o processo cicatricial da estrutura muscular se dá da seguinte forma:

  • Fase I (destruição): caracterizada pela ruptura e posterior necrose das miofibrilas, formação do hematoma no espaço formado entre a musculatura rompida e a proliferação de células inflamatórias;
  • Fase II (reparo e remodelamento): caracterizada pelo processo de fagocitose do tecido necrótico, na regeneração das miofibrilas e na produção concomitante do tecido cicatricial conectivo, dando origem assim à neoformação vascular e crescimento neural;
  • Fase III (remodelação): período de maturação das miofibrilas regeneradas, de contração e reorganização do tecido cicatricial e recuperação da capacidade funcional da musculatura;

Posterior ao processo cicatricial, é vital que a área de vascularização seja restaurada. A manutenção da circulação da estrutura lesionada proporciona ao tecido maior capacidade funcional, fazendo com que ao longo do tempo a estrutura da cicatriz diminua de tamanho, fazendo com que haja a fusão entre o tecido lesionado e o tecido íntegro, formando assim um septo conectivo, fazendo com que as estruturas possam se reintegrar e retomar a funcionalidade normal.

Bibliografia:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-36162011000300003

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Arquivado em: Traumatologia
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