Estruturas sensoriais nos Invertebrados

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As estruturas sensoriais dos invertebrados tem o objetivo de responder adequadamente a variações no ambiente aumentando a probabilidade de sobrevivência. Os animais obtêm um quadro dinâmico de seu ambiente usando estruturas sensoriais.

Os receptores sensoriais são classificados de acordo com o estímulo que conseguem captar, e são eles: termorreceptor, eletrorreceptor, magnetorreceptor, quimiorreceptor, mecanorreceptor e fotorreceptor. A partir de células individuais do receptor ciliar, existem inúmeras tendências paralelas para combinar células sensoriais com outras células sensoriais, ou células em estruturas sensoriais mais complexas . Os estatocistos e fotorreceptores parecem estar entre as primeiras estruturas sensoriais complexas a evoluírem.

A primeira célula sensorial provavelmente possuía um colar receptor, ou seja, um cílio rodeado por um colar de microvilosidades. Esse mesmo modelo ainda é encontrado como em cnidócitos de cnidários. As células sensoriais ciliadas estão presentes em todas as estruturas sensoriais de todos os eumetazoa e esses receptores ciliares podem ser basicamente epidérmicos ou cuticulares.  Situados na região externa, onde estão mais suscetíveis a estímulos do meio externo, os receptores na cutícula surgiram em animais com cutícula espessa. Hexactenellida, Demospongiae, Calcarea, Mesozoa e Placozoa são táxons cujos representantes não possuem tecidos nem órgão sensoriais. Pode estar distribuída de forma individual pelo corpo todo do organismo ou concentradas. Receptores ciliares são encontrados em grandes concentrações em órgãos, apêndices ou regiões também relacionadas á alimentação, locomoção e reprodução, como em:

  • Fendas e fossetas, por exemplo, de Cheliceriformes, Priapurida, Nematoda;
  • Boca ou peças bucais;
  • Estruturas de captura de alimentos, por exemplo, tentáculos de Mollusca, Entoprocta, Echinodermata e Cnidaria, ou pedipalpos de Arthropoda,
  • Região anterior em bilaterais;
  • Órgão reprodutor masculino, por exemplo, Nematoda;
  • Manto, por exemplo, de Mollusca e Branchiopoda;
  • Papilas, cerdas, antenas, por exemplo, de Arthropoda, Onychophora e Tardigrada.

Os mecanorreceptores percebem mudanças mecânicas na conformação das proteínas trans-membranares. Eles podem ser agrupados em faixas ou até mesmo em linhas, mas raramente entre os invertebrados, eles formam órgãos. Uma exceção é um receptor de gravidade chamado estatocisto.

O estatocisto normalmente é uma capsula oca forrada por células mecanorreceptoras que tem partículas densas (estatólito) em seu centro. Ele fornece informações sobre a orientação tendo como referência a gravidade na maioria dos casos.

Ao passo que a orientação dos animais muda, a direção da força gravitacional age sobre o estatólito e faz com que ele estimule diferentes áreas do forro do estatocisto, dando ao animal, noção de sua orientação em relação ao que está em cima e abaixo.

Sua ocorrência é comum, entretanto, esporádica. O estatocisto é presente principalmente em animais predadores, livres nadantes e cavadores, mas não é encontrado na maioria dos animais parasitas, minúsculos, sésseis ou intersticiais. Ele parece ser uma boa estratégia adaptativa para o deslocamento num meio de três dimensões.

Fonte:
Brusca, R. C.; Brusca, G. J. 2003. Invertebrates. 2nd edition. Sinauer Associeates, Inc.
Hickman-Jr, C. P.; Roberts, L. S.; Larson, A. 2004. Princípios integrados de Zoologia. 11ª edição. Guanabara Koogan.
Moore, J. 2006. A introduction to the invertebrates. 2nd edition. Cambridge University Press.
Ruppert, E. E.; Fox, R. S.; Barnes, R. D. 2005. Zoologia dos Invertebrados – Uma abordagem funcional evolutiva. 7ª edição. Editora Roca Ltda.

Arquivado em: Anatomia animal, Animais
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