Duomo di Firenze

Mestre em História da Arte (Unicamp, 2019)
Bacharel e licenciado em História (USP, 2004)

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A catedral de Florença é dedicada à Virgem Maria e chamada de Santa Maria del Fiore (Santa Maria da Flor em italiano), porque seu nome vem do lírio (lilium em latim), símbolo de Florença e da antiga denominação da cidade, Fiorenza.

É também denominada de Duomo di Firenze, uma expressão que provém do latim, Domus Dei, a Casa de Deus e assim, passou a ser o termo italiano que identifica a igreja que sedia a diocese.

Duomo di Firenze, Itália. Foto: ChiccoDodiFC / Shutterstock.com

A construção teve seu ponto de partida com o projeto do arquiteto e escultor Arnolfo di Cambio (1240-1310), que o iniciou sobre a antiga catedral de Florença, Santa Reparata.

O governo municipal havia decidido construir um novo templo porque, ao longo dos anos, a Igreja de Santa Reparata se tornou pequena para reunir todos os fiéis da cidade. A construção do Duomo di Firenze começou em 1296 e terminou em 1368, sendo projetada para comportar cerca de 30.000 pessoas.

A catedral possui uma estrutura em cruz latina, tendo uma nave central, duas laterais e uma abside posterior. Depois da morte di Cambio, a construção da catedral foi adiada e retomada em 1334 por Giotto di Bondone (1267-1337), pintor e construtor que projetou o campanário para os sinos. No entanto, a construção foi interrompida em 1337 com sua morte.

O projeto continuou com Andrea Pisano e Francesco Talenti, sendo completada em 1359. O campanário de possui uma base quadrada de 13,30 metros e uma altura de 85 metros, cujo topo é alcançado por uma escada de 414 degraus e dali, contempla-se uma ampla vista de Florença.

As características relacionadas ao estilo gótico da catedral foram escondidas atrás dos diferentes tipos de mármore, oriundos de diferentes regiões da Toscana: o branco de Carrara, o vermelho de Siena e o verde de Prato.

A fachada da Catedral foi destruída no final do século XVI e Emilio de Fabris a redesenhou fazendo algumas alterações e incorporando o mármore de várias cores.

A finalização do Duomo teve também a participação de dois importantes artistas: o escultor e ourives Lorenzo Ghiberti (1381-1455), responsável pelos relevos e estátuas do batistério do Duomo de Firenze e de Filippo Brunelleschi (1377-1446), arquiteto e escultor que também participou da construção da Basílica de San Lorenzo e do Palácio Pitti em Florença.

Para o Duomo de Firenze, Brunelleschi esculpiu as estátuas e projetou a cúpula que faria da catedral florentina, a maior da sua época. Iniciada em 1420, Brunelleschi projetou a base da cúpula como um octógono, que em 1421, a base já estava concluída, enquanto a cúpula só fora concluída em 1436.

O telhado da cúpula foi revestido de telhas vermelhas de cerâmica, com 45 metros de diâmetro e 100 metros de altura, era então a maior da sua época, tornando-se uma marca na cidade e por sua vez, um símbolo de Florença.

Pinturas no teto do Duomo di Firenze. Foto: Eric Isselee / Shutterstock.com

A catedral florentina é uma das maiores igrejas do cristianismo, possui 160 metros de comprimento, 43 metros de largura e 90 metros no transepto. Além disso, é um símbolo que representa a riqueza e o poder da República de Florença nos séculos XIII e XV.

Atualmente, o Duomo di Firenze, quando comparado em tamanho, só fica atrás da Basílica de São Pedro no Vaticano, da Catedral de São Paulo em Londres, da Catedral de Sevilha e do Duomo de Milão.

Filippo Brunelleschi morreu em 5 de junho de 1446 e foi sepultado com honras à sua memória e trabalho na cripta da catedral, uma forma de reconhecimento da sua contribuição para Florença, para a Igreja e a Arte.

Em 1722, a Pietà Bandini foi transferida para o Duomo di Firenze, esculpida por Michelangelo Buonarotti para o túmulo de Francesco Bandini em 1550, onde ficou até 1674, sendo transferida para a basílica de San Lorenzo e depois, agregada ao acervo da catedral de Florença e hoje, integra o Museo del’Opera del Duomo.

Fontes:

ARGAN. Giulio Carlo. História da Arte italiana: da Antiguidade a Duccio. Vol. III, São Paulo: Cosac & Naify, 2003.

GOMBRICH, Ernst. História da Arte. Rio de Janeiro: Editora LTC, 16ª edição. 1996.

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