Rococó

Graduada em Artes-Dança (Unicamp, 2018)

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O Rococó é um movimento artístico que teve sua origem na França no século XVIII. Apesar de sua origem ser no Barroco europeu, o movimento surge como uma reação a esse estilo.

Um marco para o Rococó é a morte do rei Luís XIV e a mudança da corte francesa para o Palácio de Versalhes. Foi na decoração do interior do palácio que se vê os primeiros indícios desse estilo: candelabros de cristal, mármores de diferentes cores e cortinas de veludo bordado a ouro são alguns exemplos.

Com o passar do tempo, essa arte se difundiu para outros países como a Alemanha, Portugal, Itália e o Brasil. A arte deixou de se resumir a objetos decorativos e passou a abarcar a arquitetura, a pintura, e a escultura.

O termo rococó tem sua origem na palavra francesa rocaille que em português significa concha. Ademais, a escolha do nome é significativa para o movimento, uma vez que é possível ver em algumas de suas obras e elementos de decoração a presença de uma espiral ilustrando as linhas de uma concha.

As obras de arte do Rococó eram influenciadas pelos valores da aristocracia europeia como o hedonismo, ou seja, busca pelo prazer, e a luxúria. Dessa forma, as temáticas retratavam cenas eróticas e sensuais, a mitologia, o cotidiano aristocrático, motivos histórico-religiosos, além de temáticas naturalistas.

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Arquitetura

As formas e linhas curvas, características do Rococó, são representadas na arquitetura pela presença de arcos nas portas e janelas. Além disso, as construções são menores que a do período barroco, com no máximo dois andares. A decoração dos ambientes internos apesar de exagerada, ainda mantinha uma elegância devido às cores claras associadas aos tons de dourado e prata.

Seguindo a linha barroca, os jardins ainda são elementos importantes da arquitetura. Possuem uma natureza exuberante com arbustos e lagos, além de elementos como esculturas, rampas e quiosques.

Algumas construções do período são: o Palácio Sanssouci nos arredores de Berlim, o Pavilhão de Amalienburg em Nymphenburg, o Palácio de Queluz em Portugal, entre outras.

Palácio Sanssouci. Foto: Suse / Wikimedia Commons / CC-BY-SA 3.0

Pintura

A pintura no Rococó foi, por um tempo, julgada como superficial, de caráter puramente decorativo uma vez que ela era resultado do projeto de decoração de interior. Seus temas ao mesmo tempo que traziam cenas naturalistas e pastoris, também retratavam o erotismo, a sedução e o hedonismo aristocrático. Mais para frente foi reconhecida a relevância dessas obras para o período que elas representam.

As obras possuem leveza e movimento graças a escolha certeira da paleta de cores suave e das linhas sinuosas. Elenca-se como importantes artistas da pintura do Rococó Jean-Antoine Watteau (1684-1721), François Boucher (1703-1770), Canaletto (1697-1768) e Jean-Baptiste Siméon Chardin (1699-1779).

Escultura

Mais do que a própria escultura em si, é a relação com a arquitetura que caracteriza a escultura do Rococó. Ela vem para complementar a construção de forma decorativa e ornamental. Objetos singulares, de pequeno porte e sem função utilitária fazem parte das obras de decoração interna. Nos jardins, grandes estátuas também compõem o ambiente.

Como matéria prima, retoma-se a utilização de alguns materiais até então deixados de lado como a madeira, a argila, o gesso, o ouro e prata e a porcelana, sendo esse último o mais popular entre os artistas do Rococó. O bronze e a pedra também eram materiais de grandes obras estatuárias.

As esculturas eram sempre muito delicadas e elegantes, quando representavam a figura humana tinham graciosidade e movimento resultado da utilização das linhas curvas e do cânone anatômico maneirista (corpo alargado e silhueta caprichosa).

Alguns escultores relevantes para o Rococó eram Jean-Antoine Houdon (1741-1828), Johann Michael Feichtmayr (1709-1772) e Ignaz Günther (1725-1775).

Referência Bibliográfica:

CONTI, Flavio. Como reconhecer a arte rococó. Lisboa: Edições 70, 1987.

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