Cândido Rondon

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Mas afinal quem é, ou quem foi, esse Rondon?
- Não posso crer, Você não sabe mesmo? Ao menos sabe o que é Rondônia?
- É um Estado brasileiro, não é?
- Sim, é o antigo Território do Guaporé crismado de Rondônia em homenagem a Rondon. É um pequeno Estado, apenas com a dimensão da Itália...

Havia uma sesmaria chamada Monte Redondo, e ali nos Campos do Mimoso, no mês de Maio, nasceu o menino que recebeu o nome de Cândido Mariano da Silva. O dia, cinco, o estado Mato Grosso (naquele tempo era um só) e o ano, 1865. O pai morreu antes que nascera o menino, mas já o havia recomendado ao irmão Manuel Rodrigues da Silva, para que o levasse para a cidade estudar. A mãe deixou o menino órfão aos dois anos.

Descendia de portugueses e espanhóis pelo lado paterno e de índios pelo lado materno. O Rondon era sobrenome avó paterna e Cândido Mariano acrescentou-o muitos anos depois. Aos dezesseis anos, já formado professor, foi para o Rio de Janeiro e cursou a Escola Militar; nessa época adotou o sobrenome Rondon da avó paterna. Anos difíceis esses, comida, pão e feijão, dinheiro muito pouco, e o resultado uma saúde deficiente.

Recuperou-se e foi nomeado alferes-aluno, cursou a Escola Superior de Guerra e fez parte da guarda pessoal constituída por Benjamin Constant, que a comanda, tomando posição no Quartel-General, o Marechal Deodoro assume então o posto de comando e horas depois proclama a República. Cabe aos republicanos, entre outras, a tarefa de estender as comunicações telegráficas, designando o Major Antônio Ernesto Gomes Carneiro para prosseguir o serviço em Cuiabá, e como seu ajudante o alferes-aluno Rondon.

De março de 1890 a abril de 1891 são inauguradas as novas estações telegráficas não sem tensões por conta de tribos de bororós ferozes. De 1892 a 1894 Rondon chefia o distrito telegráfico de Mato Grosso e passa inclusive por denúncias de sua dureza no trato dos soldados. Recebe auxílio dos bororós até a região de Coxim, e Rondon passados mais alguns anos obtém do governo de Mato Grosso o reconhecimento do direito de propriedade dos terenas e quiniquinaus sobre as glebas da região de Ipegue e Cachoeirinha.

Prosseguindo com seu trabalho, Rondon, em suas expedições ajuda aos índios demarcando e conseguindo terras para que não fossem mais molestados. Enriquece o conhecimento da região mapeando-a, descobrindo e nomeando rios, vales, montes e lagos. Em 1907 descobre o Rio Juruena e relaciona-se satisfatoriamente com os parecis. O contato com os nhambiquaras começa agitado, porém Rondon os pacifica. Os desafios das doenças, fome e cansaço são vencidos e penetram, Rondon e seus homens, em territórios ainda desconhecidos. Consegue convencer as autoridades que a ferocidade dos índios se devia à invasão de suas propriedades.

Aprende as línguas indígenas para melhor comunicação com os nativos. Diante das muitas dificuldades não esmorece e continua desbravando a região, como em 1909, já tenente-coronel, cumprindo missão recebida de Afonso Pena. A partir de 1910 chefia a convite do ministro Nilo Peçanha, o Serviço de Proteção ao Índio tentando efetivar a posse de terras para os mesmos. Aceita diversas missões espinhosas e falece em 19 de janeiro de 1958 aos 93 anos.

Fonte:
Grandes Personagens da História. v.4. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

Arquivado em: Biografias
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