Sérgio Moro

Licenciatura em História (IFG, 2022)

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Sérgio Moro é um ex-juiz federal e político brasileiro, que ganhou notoriedade nacional por sua atuação na Operação Laja Jato, que resultou na prisão de empresários, políticos e do presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Sérgio Moro nasceu em 1 de agosto de 1970, na cidade de Maringá (Paraná) e se formou em Direito pela UEM (Universidade Estadual de Maringá), e na mesma instituição concluiu seu mestrado e doutorado. Se tornou professor de Direito Penal na UFPR.

Em 1996, Moro se tornou juiz federal; especializou-se em crimes financeiros, atuou, em meados dos anos 2000 como juiz no caso “Banestado”. E em 2008 condenou a 29 anos de prisão o líder de uma organização criminosa, Fernandinho Beira-Mar.

Em 2012, no período em que ocorriam as investigações acerca do escândalo nacional conhecido como “mensalão”, Moro atuou como auxiliar da ministra Rosa Weber (do STF).

Sérgio Moro começou a ganhar notoriedade nacional, após vir á tona um esquema de lavagem de dinheiro e de corrupção no processo de emissão de licitações pela empresa Petrobras, em benefício de grandes empresas de construção, funcionários da estatal e políticos. O processo passou a ser investigado em 2014, por uma força tarefa composta pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, denominada de “Operação Lava Jato”.

Moro, após se tornar juiz na décima terceira Vara Federal de Curitiba, começou a julgar os processos da operação, sendo responsável por avaliar as acusações proferidas pelos procuradores do Ministério Público, como Deltan Martinazzo Dellagnol, que coordenava a força tarefa em Curitiba, assim como as defesas dos acusados. Moro foi o responsável por condenar João Vaccari Neto, do PT, e Renato Duque que atuou na direção da Petrobras.

Mas foi o processo de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no âmbito da operação em 2018, que gerou a maior repercussão de sua carreira, o levando a ser convidado para entrevistas e palestras. Na ocasião, Moro declarou não ter interesse na vida política, declaração controversa, já que posteriormente viria a ocupar cargos públicos e disputar eleições.

A defesa do ex-presidente Lula, acusou Moro de imparcialidade nas investigações, após virem à tona, mensagens secretas divulgadas pelo jornal “The Intercept”, trocadas entre Moro e Deltan Dellagnol no curso das investigações.

As acusações se intensificaram quando Moro aceitou o convite de Jair Bolsonaro, eleito presidente nas eleições de 2018, de deixar sua longa carreira como juiz federal, para comandar o Ministério da Justiça. O momento foi controverso, já que Moro teria declarado não estar interessado na vida política, e por ter aceitado o convite do principal adversário de Lula no processo eleitoral.

Moro compôs então o recém criado “Superministério da justiça”, oriundo da fusão dos ministérios da Segurança Pública; Trabalho (partes); Coaf e Controladoria Geral da República. Nele, seu principal feito foi encabeçar a criação do Projeto de Lei Anticrime, aprovado no final de 2019, mas, uma reviravolta o levou a pedir a saída do cargo em 2020. Moro acusou Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal e no Coaf, para obter informações sigilosas sobre o andamento de investigações envolvendo seus filhos. O ápice do atrito se deu com a decisão de Bolsonaro de trocar, sem consultar Moro, o diretor geral da Polícia Federal.

Ao final de 2020, começou a trabalhar como diretor na consultoria Alvarez & Marsal.

Todos os processos em que Moro atuou como magistrado, em relação à Lula, foram anulados pelo ministro Gilmar Mendes. Ao final de 2021, Moro encerrou contrato com a Alvarez & Marsal.

Filiou-se pela primeira vez na vida á um partido político (o Podemos) em 2021, momento em que manifestou o desejo de concorrer á Presidência da República, nas eleições de 2022, o que não ocorreu, pois o juiz se desfiliou do partido, vindo a fazer parte posteriormente do União Brasil. Através do novo partido, se elegeu senador pelo Paraná.

O juiz acabou apoiando a candidatura para reeleição, de Jair Bolsonaro, com quem teve conflitos na época em que era um de seus ministros.

Fontes:

GALVANI, Giovanna. Relembre trajetória de Sergio Moro, ex-ministro e ex-juiz que se filiou ao Podemos. In: CNN BRASIL. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/relembre-trajetoria-de-sergio-moro-ex-ministro-e-ex-juiz-que-filiou-se-ao-podemos/ (Acessado dia: 30/11/2022). (matéria feita com informações do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (FGV) e da CNN.

SCORTECCI, Catarina. Perfil: quem é Sergio Moro, o juiz federal que migrou para a política. In: GAZETA DO POVO. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/pr/perfil-quem-e-sergio-moro-o-juiz-federal-que-migrou-para-a-politica/ ( Acessado dia: 30/11/2022).

JOTA. Sergio Moro é eleito senador pelo Paraná. Disponível em: https://www.jota.info/eleicoes/sergio-moro-e-eleito-senador-pelo-parana-02102022 (Acessado dia: 30/11/2022).

R7. Moro: “Não sou candidato, não serei candidato”. Disponível em: https://noticias.r7.com/brasil/moro-nao-sou-candidato-nao-serei-candidato-15082017 (Acessado dia: 30/11/2022).

Arquivado em: Biografias
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