Thomas Piketty é um professor e economista francês que atingiu destaque internacional com a publicação do livro “O Capital no Século XXI” em 2013. O conteúdo de quase 700 páginas em linguagem acessível sobre acumulação de renda e história econômica transformou o autor em referência no assunto.
Thomas Piketty
Thomas Piketty nasceu dia 7 de maio de 1971 em Clichy, cidade localizada à noroeste de Paris, na França. Estudou Matemática e Economia na Escola Normal Superior de Paris e com 22 anos concluiu o doutorado em Filosofia. Sua tese era sobre redistribuição de renda e foi escrita na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais em Paris e na Escola de Economia de Londres. Na época ele já recebia ofertas de emprego do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), da Universidade de Harvard e da Universidade de Chicago. Optou pelo prestigiado MIT e mudou-se para Cambridge, nos Estados Unidos. Lá lecionou como professor assistente de 1993 a 1995. Na sequência retornou a Paris onde permaneceu durante três anos pesquisando nos arquivos do porão do Ministério das Finanças francês. Selecionou e organizou muitos dados sobre renda, herança e legislação tributária que estavam em pastas antigas, já em péssimas condições. O resultado dessa pesquisa foi o livro “As rendas altas na França do século XX: desigualdades e redistribuição, 1901–1998”. Nessa obra Piketty identificou pela primeira vez a curva em forma de U que descreve a desigualdade na França do século passado.
Em 2000 tornou-se diretor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais e em 2002 conquistou o prêmio de melhor jovem economista da França. Em 2006 ajudou na criação da primeira Escola de Economia de Paris, onde trabalhou como diretor. Alguns meses depois, deixou o cargo para se tornar assessor econômico de Ségolène Royal, do Partido Socialista Francês, na campanha presidencial de 2007. Em 2013 ganhou o Yrjö Jahnsson, prêmio dedicado aos economistas com menos de 45 anos que tenham contribuído significativamente à pesquisa econômica pura e aplicada na Europa. Nesse mesmo ano lançou seu grande best-seller “O Capital no Século XXI”. A obra ultrapassou um milhão de cópias vendidas e lançou o economista para a fama internacional, conceituado como o grande estudioso de desigualdade da última década. O estudo revela que nos países desenvolvidos a taxa de acumulação de renda é maior do que as taxas de crescimento econômico, ameaçando assim a democracia. Piketty sugere como solução a taxação de fortunas para conter esse desequilíbrio e diminuir a desigualdade socioeconômica.
Em novembro de 2014 Thomas Piketty veio ao Brasil e participou de um debate na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. Na ocasião, revelou que teve intenção de incluir uma análise sobre a economia brasileira em seu livro, mas foi impossibilitado devido à falta de dados. Opinou que é necessária mais transparência nas informações brasileiras e lamentou que o acesso às declarações de Imposto de Renda é limitado no país.
No início de 2015 Piketty foi escolhido para receber a condecoração máxima do governo francês, a tradicional Legião de Honra, criada em 1802 por Napoleão Bonaparte. Em tom de protesto, o economista recusou o mérito alegando que o governo deveria focar em restaurar a economia anêmica da Europa, ao invés de distribuir honrarias.
Atualmente, Thomas Piketty é diretor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais em Paris e professor na Escola de Economia de Paris. É casado e tem três filhos.
Fontes:
https://www.valor.com.br/opiniao/6339199/quem-interessa-aumentar-desigualdade
https://epoca.globo.com/ideias/noticia/2014/05/thomas-piketty-o-profeta-bda-distribuicaob.html
https://www.outraspalavras.net/outroslivros/a-historia-thomas-piketty-o-homem-capital/
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biografias/thomas-piketty/