Superbactérias

Doutorado em Higiene Veterinária e Processamento Tecnológico de Produtos de Origem Animal (UFF, 2010)
Mestrado em Higiene Veterinária e Processamento Tecnológico de Produtos de Origem Animal (UFF, 2006)
Graduação em Medicina Veterinária (UFF, 2005)

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Os antibióticos ou antimicrobianos são fármacos utilizados no tratamento de infecções bacterianas. A penicilina foi o primeiro antibiótico descoberto e utilizado na área médica, entretanto, logo surgiram bactérias resistentes à penicilina, o que levou à produção de novos fármacos.

De acordo com Silva, Manzotti, Petroni (2011) a resistência aos antibióticos é uma consequência natural da habilidade da bactéria de se adaptar ao meio. Entretanto, o uso desses fármacos deve ser de forma discriminada, à pedido de um médico para tratar uma doença específica. O uso indiscriminado de antibióticos na medicina, pecuária e na agricultura, contribui para a seleção das espécies bacterianas mais resistentes. Assim, fica cada vez mais difícil produzir novos antibióticos capazes de tratar as infecções bacterianas mais severas.

Como as bactérias ficam resistentes?

As bactérias sofrem alterações genéticas como mutações cromossômicas, transferência de plasmídeos ou por elementos de transposição que as tornam resistentes a determinados antibióticos. Pelo fato dos antimicrobianos possuírem diferentes mecanismos de ação, as bactérias desenvolveram diferentes mecanismos de resistência. Geralmente, a resistência bacteriana aos antibióticos é devido a três fatores: uma mudança na permeabilidade de sua membrana celular, dificultando a entrada do antibiótico na célula; desenvolvimento da capacidade de degradar ou inativar o antimicrobiano; ou uma mutação que altera a estrutura do alvo de um antibiótico de modo que o novo alvo da bactéria não seja mais afetado.  Os antibióticos eliminam as bactérias sensíveis a ele, entretanto as que sobrevivem transmitem para as próximas gerações os genes de resistência até criar uma bactéria super-resistente (SILVA, MANZOTTI, PETRONI, 2011).

Quem são as superbactérias?

O termo superbactéria refere-se a bactérias que acumularam genes capazes de resistir à ação de muitos dos antimicrobianos utilizados nos tratamentos médicos, deixando os profissionais de saúde sem muitas opções para combater as infecções. Assim, as opções terapêuticas são reduzidas e os períodos de cuidados hospitalares são prolongados e mais dispendiosos (PAULA,et al., 2016; OLIVEIRA, R., AIRES, 2016).

Entre as espécies com maior resistência a antimicrobianos estão Staphylococcus aureus, Acinetobacter baumannii, Enterococcus faecium, Pseudomonas aeruginosa, Clostridium difficile, Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae. (PAULA,et al., 2016).

Em relação aos S. aureus, a forma resistente à meticilina (MRSA) é a mais comum. Entretanto, um tipo de S. aureus mais resistente que a MRSA é a superbactéria do tipo VRSA (Vancomycin Resistent Staphylococcus aureus) que resiste aos antibióticos meticilina e vancomicina (SANTOS, 2017).

A bactéria conhecida pela sigla KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemases) representa um problema para hospitais em todo o mundo, principalmente para pacientes imunodeprimidos. Ela age produzindo enzimas (carbapenemases) que inibem a ação dos antimicrobianos que possuem anel betalactâmico (SANTOS, 2017).

Como prevenir o desenvolvimento das superbactérias

O principal meio de prevenção é o uso correto dos antibióticos pelo paciente e a conscientização dos profissionais de saúde na utilização discriminada dos antibióticos. No ambiente hospitalar deve-se manter elevada higiene para evitar a transmissão de bactérias para pacientes imunocomprometidos.

Referências Bibliográficas:

OLIVEIRA, R., AIRES, T. Resistência aos Antibacterianos. Gazeta Médica, n. 2, v. 3, Abril/Junho 2016. Disponível em <http://www.gazetamedica.pt/images/gazetas/2/03.pdf>. Acesso em 7 jun 2017.

PAULA, V. G.; QUINTANILHA, L. V.; SILVA, F. A. C.; ROCHA, H. F.; SANTOS, F. L. Enterobactérias produtoras de carbapenemase: prevenção da disseminação de superbactérias em UTI’s. Universitas: Ciências da Saúde, Brasília, v. 14, n. 2, p. 175-185, jul./dez. 2016. Disponível em <https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/cienciasaude/article/view/3847/3276>. Acesso em 7 jun 2017.

SILVA, F. S.; MANZOTTI, K. R.; PETRONI, T. F.  Superbactérias: A Evolução da Espécie. Encontro Científico dos Estudantes da AEMS, 2011. Disponível em <http://www.aems.com.br/conexao/edicaoatual/Sumario-2/downloads/2013/1%20(1).pdf>. Acesso em 7 jun 2017.

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