Curva de nível

Por Morôni Azevedo de Vasconcellos

Especialista em Geografia do Brasil (Faculdades Integradas de Jacarepaguá, RJ)
Mestre em Educação (Estácio de Sá, 2016)
Graduado em Geografia (Simonsen, 2010)

Categorias: Agricultura, Cartografia
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O termo curva de nível é polissêmico, ou seja, possuindo diversos significados distintos. O uso mais comum da palavra é na cartografia, porém podemos falar da curva de nível em agricultura. Em ambos os casos, os significados se aproximam sem, no entanto, se tornarem iguais.

Ao falarmos de curvas de nível estamos sempre falando de graduações de elevação na altura de um determinado relevo, que pode estar representada em mapas e também podemos falar dessas graduações não apenas como representações no mapa da altura, mas como verdadeiros degraus na altura do relevo, que podem ser feitos quando estamos falando das técnicas de plantio em curvas de nível.

Na cartografia

O uso mais conhecido do termo “curva de nível” se refere a um tipo de desenho muito comum em mapas, especialmente nos mapas físicos, que são os contornos de uma elevação no terreno (um outeiro, morro ou montanha, por exemplo). Recebem o nome de curva de nível, por representarem cada um dos níveis, ou seja, cada uma das altitudes durante a elevação gradual do terreno.

Mapa de uma região com curvas de nível. Dessa forma, é possível conhecer as altitudes de todas as áreas de um mapa. Fonte: Wikimedia Commons.

São curvas já que, por via-de-regra, as elevações do relevo não são retas, mas são curvas. Imagine os morros, montanhas, outeiros (elevação pouco menor que um morro) e outros desníveis no terreno e veja se as elevações são sempre em formatos que possuem linhas curvas. Afinal, se fossem retas, as montanhas e morros pareceriam pirâmides.

É importante ressaltar que as curvas concêntricas, umas dentro das outras e possuindo o mesmo centro, como são as curvas de nível, apenas servem para mostrar a medida em que o terreno vai se elevando, facilitando a visibilidade. Entretanto, apesar dos desenhos poderem dar a entender isso, o terreno não necessariamente é em degraus (melhor dizendo, quase nunca é nesse formato).

Imagine um mapa em que há uma curva de nível representada, na qual temos 3 níveis diferentes: 1.000 m, 2.000 m e 3.000 m. Isso não significa que há um degrau ou algo parecido com o platô a mil metros, depois a dois mil metros e por fim em três mil metros (cume). Apenas representa que, entre a linha 1.000 m e a linha 2.000 m, houve uma elevação de mil metros no terreno, com o espaço entre as linhas sendo as medidas intermediárias, não sendo a elevação algo que ocorre de repente sem qualquer transição.

Na agricultura

Quando falamos da técnica de plantio em curvas de níveis, nada mais falamos do que uma agricultura que respeita a elevação do terreno, criando aí sim alguns degraus no terreno que servirão para o plantio nesses degraus. Neste caso, diferentemente do conceito de curva de nível na cartografia, necessariamente haverá a formação de degraus no terreno (que podem ser maiores ou menores de acordo com cada caso).

Plantações de arroz em curva de nível. Foto: Lucas Martins / InfoEscola

Algumas vantagens do plantio em curva de nível estão o melhor aproveitamento do terreno e a diminuição dos problemas de erosão, já que esta técnica facilita o escoamento e infiltração da água da chuva e controla a velocidade das águas pluviais (evitando a perda de minerais). É uma técnica considerada ecologicamente correta para melhorar o plantio, sem causar impactos ambientais negativos.

Referências:

http://www.colegiodearquitetos.com.br/dicionario/2013/02/o-que-e-curva-de-nivel/

http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=1062&evento=1

http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/conheca-plantio-curvas-nivel-beneficios-agricultura/

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