Grande Salto Adiante

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Recebe o nome de Grande Salto Adiante uma política elaborada pelo partido comunista chinês em 1958, e que buscava modernizar a economia da China, de modo que esta rivalizasse com a norte-americana no final da década de 1980 do século XX. Para isso o líder Mao Ze Dong concluiu que os setores da indústria e da agricultura deveriam ser modernizados e desenvolvidos. Mao então anunciou um novo plano quinquenal de metas, programado para durar de 1958 e 1963.

O Grande Salto Adiante partia do princípio de que o crescimento de um setor necessariamente contribuiria para o crescimento do outro. Com esse objetivo, a China foi dividida em uma série de comunas, propriedades que abrigavam cerca de 5.000 famílias, concentradas no cumprimento das metas. Aos moradores eram dadas ferramentas, animais etc., pertencentes ao Estado. A vida do indivíduo era controlada pelo Estado. Escolas e creches estatais foram instaladas, permitindo aos adultos trabalhar. Era fornecido tratamento de saúde e cuidado aos idosos.

Como resultado, os números de aço, carvão, produtos químicos, madeira, cimento etc. apresentaram aumentos, assim como a produção de grãos e algodão. No entanto, em 1959, as coisas começaram a dar errado. Decisões políticas e palpites atropelaram o senso comum e as comunas começaram a receber tarefas impossíveis de cumprir. Caso o cidadão recusasse, poderia ser acusado de ser um "reacionário burguês" e levado à prisão.

Máquinas agrícolas produzidas rapidamente se desgastavam quando usadas. Milhares de trabalhadores foram feridos ao dormir em seus turnos. O aço produzido era muito fraco para ter alguma utilidade no setor de construção. Além disso, o alimento que os trabalhadores necessitavam desesperadamente não estava sendo colhido. O excelente clima de 1958 foi seguido por um ano muito ruim. Algumas partes da China foram atingidas por inundações, e em outras, a seca era o grande problema. Em algumas regiões ocorria fome.

1960 teve clima ainda pior do que 1959. Muitos milhões ficaram gravemente doentes, como resultado da falta de alimentos. O governo teve de introduzir o racionamento. Entre 1959 e 1962, acredita-se que 20 milhões de pessoas morreram de fome ou de doenças relacionadas à fome.

Em 1959, era óbvio que o Grande Salto Adiante tinha sido um fracasso e até mesmo Mao admitiu isso. Três moderados assumiram o governo: Liu Shaoqi, Zhou Enlai e Deng Xiaoping. No final de 1960, eles abandonaram o Grande Salto Adiante, a propriedade privada foi reinstalada e as comunas diminuídas a um tamanho aceitável. Os camponeses foram incentivados a produzir tanto quanto possível, além de poder comercializar o excedente.

Alguns membros do partido colocaram a culpa do fracasso do Grande Salto Adiante em Mao, que apesar de ser popular, teve de se demitir do cargo de Chefe de Estado (embora permanecesse como presidente do Partido). Ele usaria sua popularidade com o povo para recuperar sua autoridade ante os moderados, no episódio conhecido como Revolução Cultural.

Bibliografia:
The Great Leap Forward (em inglês). Disponível em: < http://www.historylearningsite.co.uk/great_leap_forward.htm >. Acesso: 05/02/13.

Arquivado em: China, História da Ásia
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