Apoptose

Pós-Doutorado Ciências Biológicas (UNESP, 2013)
Doutorado em Ciências Biológicas (UNESP, 2009)
Graduação em Ciências Biológicas (UNESP, 2005)

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A apoptose é um tipo de morte celular programada que ocorre em diversas situações, como por exemplo, na organogênese e hematopoiese normal e patológica, na reposição fisiológica de certos tecidos, na atrofia dos órgãos, na resposta inflamatória e na eliminação de células após dano celular por agentes genotóxicos e patológicos brandos e também durante a metamorfose.

Originalmente a morte celular foi classificada em apoptose e necrose, porém, atualmente outras formas de morte celular têm sido descritas, como a autofágica, a cornificação, a parapoptose e a mitose catastrófica. O termo apoptose foi utilizado pela primeira vez em 1972 pelos cientistas Kerr, Wyllie e Curie.

Durante o processo de apoptose a célula sofre uma série de alterações morfológicas como a diminuição do seu tamanho e volume e perda do contato com a matriz extracelular e células vizinhas. O núcleo celular sofre uma série de alterações, a cromatina começa a condensar-se formando grumos grosseiros de heterocromatina depois migra para a periferia concentrando-se próximo ao envoltório nuclear deixando o núcleo com forma irregular; durante o processo de condensação da cromatina o DNA sofre fragmentação internucleossônica através da ação de endonucleases formando fragmentos com padrão característico, estes fragmentos de DNA possuem tamanho variável, mas sempre são encontrados em múltiplos de 200 pares de bases. Após a condensação e marginalização da cromatina o núcleo fragmenta-se formando esferas chamadas de corpúsculos heterocromáticos. As organelas presentes no citoplasma são empacotadas pelo retículo endoplasmático e podem surgir vacuolizações. Devido a degradação do núcleo, o citoesqueleto sofre desestruturação e a célula perde sua forma original. O transporte intracelular também sofre prejuízo e a célula retrai-se. Há a formação de prolongamentos citoplasmáticos chamados blebs que se desprendem da célula apoptótica sendo posteriormente fagocitados por das células vizinhas, macrófagos teciduais ou macrófagos das cavidades associadas aos epitélios.

A apoptose pode ser desencadeada por diversos fatores: ligação de moléculas a receptores de membrana, agentes quimioterápicos, radiação ionizante, danos no DNA, choque térmico, falta de fatores de crescimento, baixa quantidade de nutrientes e níveis aumentados de espécies reativas do oxigênio (ROS). O processo de ativação da apoptose envolve uma série de proteínas chamadas proteínas pro-apoptóticas, antiapoptóticas e caspases.

O estudo da apoptose é muito importante para compreender os mecanismos de controle e manutenção do organismo e diferentes doenças, como o câncer. O melhor entendimento da apoptose permitiu o desenvolvimento de novas alternativas para o controle e cura de diversos tumores através da indução da morte nas células tumorais.

Bibliografia
Alberts et. al. (2008), Molecular Biology of the cell, 5th. Edition

Alberts et. Al. (2011), Fundamentos da Biologia Celular, 3ª edição

Carvalho HF & Recco-Pimentel (2013), A célula, 3ª. Edição

Ivana Grivicich, Andréa Regner, Adriana Brondani da Rocha. Morte Celular por Apoptose. Revista Brasileira de Cancerologia 2007; 53(3): 335-343.

Arquivado em: Citologia
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