Daniel é um dos profetas mais controvertidos do Velho Testamento. Sua biografia e as famosas profecias fazem parte das Sagradas Escrituras e estão inseridas no Livro de Daniel. Conforme revela este documento, no início do século VII a. C., quando ainda era jovem, ele é aprisionado na Babilônia durante o reinado de Nabucodonosor, no período de 605-562 a.C.
Na época Daniel recebeu formação segundo a cultura caldeia, mas mesmo assim jamais adotou sua mentalidade. Enquanto estava entre os babilônicos foi o único capaz de decifrar os sonhos e delírios do rei. Os demais falharam e por esta razão foram mortos. O jovem então suplicou ao Pai que o iluminasse e o ajudasse a reconstituir os devaneios oníricos apagados da memória do soberano quando de seu despertar; e depois o inspirasse no processo de interpretação dos mesmos.
Foi então que o profeta teve uma visão. Nela o rei divisa um monumento excepcional integrado por fragmentos corporais constituídos por substâncias distintas. E a escultura então se desintegra em diversas frações. Daniel, a partir desta miragem, irá relacionar cada pedaço da imagem com o governo de Nabucodonosor e com os que a ele se seguirão.
Segundo Isaac Newton, o texto profético é metafórico, e nele há uma estrita correspondência entre a Natureza e a gestão imperial, vista por ele como uma oposição ao universo natural por pertencer ao âmbito da política. Desta forma a esfera celestial e o Planeta Terra são associados a este campo.
Os tronos e as dignidades citadas por Daniel estão vinculados ao Céu e os assuntos terrenos estão ligados ao povo. Os círculos infernais ou o Hades simbolizam os estratos mais humilhantes e vis. Sendo assim, a elevação à abóbada celeste é traduzida pela ascensão da glória e do poder, enquanto a queda aos abismos da Terra têm o sentido de decadência da autoridade e da grandeza.
Aplicando-se este princípio à vidência das quatro bestas, Newton as relaciona com os governos imperiais mais importantes da história da humanidade: o Assírio; o Persa; o Grego e, enfim, o dos Romanos. Esta é possivelmente a chave que permite não só a Daniel, mas a qualquer pesquisador correlacionar qualquer profecia, especialmente as apocalípticas de São João, aos vários eventos históricos.
Conforme o ponto de vista cristão, as quatro profecias mais significativas de Daniel têm como cenário a história geral, bem como o porvir dos que seguem ao Criador desde a época de Daniel até os dias finais. Cada um destes eventos proféticos alcançará o ápice assim que o Pai erguer um reino indestrutível. A partir deste momento Jesus exercerá seu governo para sempre.
É quando todo antagonismo a Ele será enfraquecido e os cristãos serão libertados eternamente de seus tiranos. Os homens que agirem como Daniel e se propuserem a uma transformação interior, no exercício do amor a Deus e no trabalho construtivo, passando também pela fé, transcenderão estes momentos de transição, dúvida e angústia existencial, ingressando em um estágio de paz, equilíbrio e estabilidade.
Fontes:
http://www.videeditorial.com.br/dicionario-obras-basicas-da-cultura-ocidental/r-s/as-profecias-de-daniel-e-o-apocalipse-de-isaac-newton.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Daniel_(profeta)
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/cristianismo/as-profecias-de-daniel/