Papa João XXIII

Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)

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O Papa João XXIII foi o 261º soberano da Igreja Católica. Seu papado durou cinco anos sob o lema “Obediência e Paz”.

Angelo Giuseppe Roncalli nasceu no dia 25 de novembro de 1881 na cidade de Sotto il Monte, Itália. Terceiro filho de uma família muito numerosa, entrou na vida religiosa quando ingressou no Seminário de Bérgamo. Tornou-se franciscano em 1897 e, mais tarde, foi aluno do Pontifício Seminário Romano. Com muitos anos de estudo, concluiu sua formação em teologia e logo foi ordenado sacerdote católico em Roma. A partir daí houve um grande crescimento nos cargos ocupados dentro da organização católica. Foi secretário do Bispo de Bérgamo, professor do seminário de Bérgamo, sargento do corpo médico e capelão militar durante a Primeira Guerra Mundial, diretor espiritual do seminário de Bérgamo, Arcebispo titular de Areopolis, Arcebispo titular de Masembria, administrador do Vicariato Apostólico, delegado apostólico na Turquia e na Grécia, núncio apostólico em Paris, Patriarca de Veneza e desenvolveu uma grande carreira diplomática. Durante a Segunda Guerra Mundial, foi responsável por salvar a vida de muitos judeus, estabelecer relações amigáveis com muçulmanos e cuidar de prisioneiros.

Com a morte do papa Pio XII, em 1958, realizou-se um conclave para eleição do novo papa. Havia vários candidatos favoritos naquela ocasião e, para solucionar o caso, os cardeais decidiram por escolher um papa idoso e de compromisso. Angelo Giuseppe Roncalli foi eleito no dia 28 de outubro de 1958, já com 77 anos de idade, e escolheu o nome de Papa João XXIII, o que surpreendeu a todos porque o último João foi um papa francês ainda na Idade Média e, sobretudo, porque havia também na Idade Média um antipapa com o nome de João XXIII. Pela idade avançada, era considerado um papa de transição.

O Papa João XXIII adotou o lema “Obediência e Paz” para o seu curto papado. Sempre se demonstrou de grande capacidade para conciliações, com um espírito de tolerância e ecumenismo. Assim, procurou dialogar com outras crenças e religiões. Por outro lado, confirmou a bula papal de Pio XII que proibia os católicos de votarem ou apoiarem candidatos, partidos ou governos comunistas. A excomunhão de Fidel Castro, em 1962, foi uma consequência dessa sua postura.

Surpreendentemente, o Papa João XXIII convocou o Concílio Vaticano II com o objetivo de renovação da Igreja e de se reformular a forma de explicar a doutrina católica ao mundo moderno. Escreveu oito encíclicas e era aclamado mundialmente como o “Papa bom” por causa de sua simpatia, sua simplicidade e sua jovialidade. É considerado um dos papas mais populares e amados, não só entre os fieis. João XXIII faleceu de câncer no estômago no dia 3 de junho de 1963, o que o impediu de testemunhar o encerramento do Concílio Vaticano II, o qual foi finalizado por seu sucessor Paulo VI. O cadáver de João XXIII está exposto na Basílica de São Pedro, desde 2001, dentro de um caixão de bronze e vidro e apresenta um surpreendente grau de conservação.

João XXIII foi beatificado pelo papa João Paulo II, em 2000. Mas, mesmo com toda sua fama de bondoso e conciliador, o papa conviveu com críticas de católicos tradicionalistas que acusavam-no de ser maçom, radical esquerdista e um herege por ter promovido a liberdade religiosa e o ecumenismo.

Fonte:

DUFFY, Eamon. Santos e Pecadores: história dos papas. São Paulo: Cosac & Naify, 1998.

Arquivado em: Cristianismo
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