O Anarcopunk é a conciliação dos ideais políticos anarquistas com o movimento punk.
Em meio à Guerra Fria, houve um crescimento de interesse na ideologia anarquista, fazendo contraponto à disputa ideológica travada entre capitalismo e comunismo. Simultaneamente, o rock, estilo musical nascido na década de 1950, passava por contestações internas que resultariam na fragmentação em grupos de ideologias diversas e em abordagens técnicas diferenciadas para o estilo. Neste contexto, destacou-se o movimento punk, que levou o rock a uma execução musical mais simples e a letras engajadas. Na época, a banda inglesa Sex Pistols lançou a música “Anarchy in the UK”, que fez muito sucesso e angariou uma legião de seguidores. A banda foi muito influente para traçar os caminhos do punk rock em associação ao anarquismo. No entanto, foi a banda Crass a pioneira na composição de músicas que defendiam ideais anarquistas e pacifistas com seriedade.
O termo Anarcopunk não tardou para ganhar popularidade, diversas outras bandas assumiram o estilo. Os mais radicais diziam que os seguidores do Anarcopunk eram os punks verdadeiros. O movimento punk, contudo, foi efêmero. Seu apogeu ocorreu nos anos 1970, mas era uma época muita rica musicalmente. O rock, principalmente, era muito frutífero e o punk desafiava, na época, outras vertentes tecnicamente mais bem elaboradas e composições críticas e analíticas que não necessariamente seguiam a linha anarquista. Na década de 1980, o Anarcopunk sofreu uma ramificação que deu origem ao Crust Punk, corrente ecológica, anarquista e defensora dos direitos dos animais, e o D-Beat, apresentando uma música mais rápida e intensa. Mais tarde, nasceria outro subgênero do Anarcopunk, o Grindcore, com características musicais mais extremas. Nos Estados Unidos as bandas mais intensas se intitulavam de Hardcore Punk.
O Anarcopunk não morreu, continua repercutindo as mensagens das bandas fundadoras do movimento e diversas outras bandas surgiram ampliando e diversificando os ideais. Diferentemente da banda Crass, nem todos os seguidores do Anarcopunk são pacifistas, ou seja, defendem mudanças por vias mais exaltadas, se preciso for. No entanto, todos eles acreditam na ação direta. Assim, alguns integrantes de bandas punk já se candidataram a cargos políticos, tentando implementar mudanças por vias democráticas. Outros recorreram a vandalismo e sabotagem.
Fontes:
http://anarcopunk.org/
http://www.cchla.ufpb.br/caos/yuriallis.pdf
http://www.periodicos.ufgd.edu.br/index.php/historiaemreflexao/article/view/1485/886
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/cultura/anarcopunk/