Tio Sam

Por Emerson Santiago
Categorias: Cultura, Estados Unidos
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Tio Sam (Uncle Sam, no original em inglês) é o nome de uma figura icônica criada a partir de várias tradições como uma forma de retratar de maneira simbólica e sintética os Estados Unidos e seu povo. Dotado de fraque, calças, cartola e gravata borboleta nas cores da bandeira do país, sua aparência é a de um homem alto, magro, aparentando cerca de 60 anos de idade ou mais, com um cavanhaque, suíças, e cabelo todos brancos.

Famosa pintura utilizada pelo exército americano em anúncios de recrutamento. Obra de James Montgomery Flagg, 1916.

Famosa pintura utilizada pelo exército americano em anúncios de recrutamento. Obra de James Montgomery Flagg, 1916.

Como muitos outros ícones (por exemplo, Papai Noel, ou Pai Natal), a figura do Tio Sam é a cristalização de imagens tradicionais de várias figuras masculinas de liderança na história norte-americana, remontando a tempos coloniais. Presume-se que a imagem mais antiga a reunir todas as características que hoje reconhecemos no Tio Sam data da Guerra de 1812 entre EUA e Reino Unido, um conflito que serviu para renovar o interesse do próprio norte-americano em sua identidade nacional. Tratava-se de um personagem real, um açougueiro chamado Samuel Wilson, nascido em Massachussets, e residente na cidade de Troy, no estado de Nova Iorque. Wilson era conhecido como "tio Sam" por toda a cidade, e era um dos responsáveis pelo fornecimento de rações para os soldados na guerra. A população em geral interpretava a inscrição "US" (United States) dos barris preparados por Samuel como "Uncle Sam". O Congresso norte-americano ratificou esta versão da criação do mito, declarando o dia 13 de setembro o Dia do Tio Sam.

Antes de 1812, o ícone americano era o Brother (Irmão) Jonathan, retratado como um revolucionário americano, com um chapéu de três pontas e casaco militar longo, diferente do Tio Sam que conhecemos hoje. Por volta de 1776 a 1783, o Irmão Jonathan era um termo que os legalistas britânicos usavam para expressar o seu desprezo para os revolucionários.

No fim do século XIX, a figura que conhecemos hoje recebeu uma imagem mais acabada, pelas mãos do desenhista Thomas Nast, responsável não só pela moldagem da figura do Tio Sam como a do Papai Noel. Trabalhando para a revista Harper's Weekly, seus desenhos deram a imagem que temos hoje do ícone norte-americano, mas, com um tom diferente, uma espécie de crítico das mazelas dos governantes. Na época da Primeira Guerra Mundial, o Tio sam passaria de crítico a vedeta do governo, ajudando-o no recrutamento de tropas através dos famosos cartazes de alistamento do exército, onde a figura aparece com dedo em riste, solicitando recrutamentos, obra do desenhista James Montgomery Flagg.

Bibliografia:
BAINBRIDGE, Carol. Uncle Sam - An American Icon (em inglês). Disponível em: <http://giftedkids.about.com/od/holidaysspecialdays/a/Uncle-Sam-An-American-Icon.htm>. Acesso em: 13 nov. 2012.

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