Mielopatia

Mestre em Neurologia / Neurociências (UNIFESP, 2019)
Especialista em Farmácia clínica e atenção farmacêutica (UBC, 2019)
Graduação em Farmácia (Universidade Braz Cubas, UBC, 2012)

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A mielopatia é uma doença que acomete a medula espinhal, que pode levar a perda dos movimentos de forma gradual e em alguns casos as funções sensoriais também podem ser comprometidas e o indivíduo sentir dores ou até deixar de sentir qualquer tipo de estímulo no local. Esta se dá de forma lenta principalmente devido ao processo de envelhecimento, onde os discos intervertebrais perdem altura pela desidratação que ocorre no desenvolvimento da doença, porém também podem ocorrer por outras causas como nos casos dos esporões ósseos, de fraturas, luxações ou lesões traumáticas na coluna cervical, tumores locais e deslizamento dos discos vertebrais. O conjunto de diversas alterações que ocorrem no processo de envelhecimento leva a diminuição do espaço por onde a medula espinhal atravessa, chamado de canal vertebral.

Foto: RomarioIen / Shutterstock.com

Sintomas

Como a medula espinhal faz parte do sistema nervoso central, e é encarregada de transferir as informações provenientes do sistema nervoso periférico até o central e vice-versa , a compressão da medula por conta da mielopatia gera perda de função da região em questão, gerando os sintomas decorrentes do processo de degeneração local. Os principais sintomas apresentados pelo avanço da doença são; o enrijecimento da musculatura (também chamado de hipertonia) inervada pela região compressa, a principal região afetada são os membros inferiores gerando dificuldade no caminhar , a perda de sensibilidade e força dos músculos das pernas e dos braços gera a incapacidade ou dificuldade na manipulação dos objetos. Em casos considerados mais graves o paciente tem mais esforço para reter a urina dificultando o cotidiano do paciente, além de problemas para iniciar a micção. Outros sintomas não musculares se restringem a compressão de nervos sensitivos, portanto o paciente pode relatar sensação de formigamento, choque, queimação ou dor geralmente partindo da região central e irradiando para os membros superiores ou inferiores. Devido o lento desenvolvimento da doença os sintomas podem se apresentar de forma lenta e progressiva, gerando aparecimento de sintomas crônicos e em crises as formas agudas desses sintomas.

Diagnóstico

A detecção da mielopatia é feita através de exames neurológicos que visam evidenciar a perda da força muscular ou alteração de sensibilidade periférica superficial ou profunda, além dos exames neurológicos também há a possibilidade de identificação complementar através do exame de ressonância magnética onde o paciente será submetido ao exame evidenciando a compressão da medula espinhal através de imagens. Em alguns casos uma radiografia também pode indicar a instabilidade ou desvio da coluna cervical, apesar de útil este exame pode não mostrar adequadamente como ocorreu a lesão e em qual ponto específico, portanto a ressonância magnética ou até mesmo a tomografia da coluna serão melhores.

Tratamento

O tratamento da mielopatia visa reabilitar o paciente redefinindo funções perdidas durante a evolução do estado patológico, diminuir as dores causadas pelas lesões, fortalecimento da musculatura, reeducação postural para evitar novas lesões, fisioterapia para a diminuição da dor, melhora da postura e fortalecimento local. No caso de tratamento farmacológicos são utilizados medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais ou corticoides para redução da inflamação e dor. Já os tratamentos não farmacológicos incluem a terapia ocupacional, a fisioterapia ou técnicas como estimulação elétrica ou por calor, em casos mais graves são indicados processos cirúrgicos que têm o objetivo evitar maiores lesões.

Prevenção

Há maneiras de reduzir a probabilidade de lesões cervicais observando sempre a sua postura ergonômica no dia-a-dia, tendo sempre cuidado com os movimentos que são feitos ao levantar objetos, evitando atividades que possam gerar impacto na coluna principalmente se já tiver predisposição a ter lesões cervicais ou de cartilagens.

Fontes:

BORNHOLDT, Gustavo Campelo. Novo método radiográfico para a determinação de estenose do canal cervical. 2015. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

Brock, R.S. Mielopatia cervical. Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Acesso em: 08-10-19, Disponível em: https://portalsbn.org/portal/mielopatia-cervical-dr-roger-schmidt-brock/

Cresse, M. Mielopatia Cervical. Acesso em: 08-10-19, Disponível em: https://www.hospitalinfantilsabara.org.br/sintomas-doencas-tratamentos/mielopatia-cervical/. Site atualizado em: 07/10/2019

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Arquivado em: Doenças, Neurologia
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