Poliglobulia

Por Débora Carvalho Meldau

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

Categorias: Doenças
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A poliglobulia é definida como uma rara doença caracterizada pela excessiva quantidade de glóbulos vermelhos (eritrócitos), resultante de uma exacerbada síntese dessas células por parte da medula óssea.

Em certos casos, o causa desta exagerada produção de eritrócitos não é identificada (poliglobulia primária); todavia, em outros casos, a poliglobulia resulta de uma estimulação da medula óssea ocasionada por diferentes causas (poliglobulia secundária).

Poliglobulia Primária

Consiste em uma doença crônica, infrequente, acometendo aproximadamente 6 em cada 1 milhão de habitantes, com maior incidência em indivíduos do sexo masculino.

O fator desencadeante da doença não é conhecido. Sabe-se que em certo momento da vida, habitualmente entre os 50 a 60 anos de idade, ocorre um descontrole nos mecanismos responsáveis pela síntese dos eritrócitos, sem uma razão aparente, levando a um aumento significativo na produção destas células sanguíneas. A estimulação da medula óssea resulta em aumento de produção não só dos eritrócitos, mas também de leucócitos e plaquetas.

Poliglobulia Secundária

Diferentes patologias e circunstancias pode resultar em intenso aumento na produção de eritrócitos pela medula óssea. Nesta situação, a exacerbada atividade da medula óssea é decorrente do aumento da síntese de eritropoetina (hormônio responsável por estimular a medula óssea). Tipicamente, este problema é causado por uma falta de oxigenação tecidual que, quando percebido pelo organismo, leva a uma estimulação na produção de eritropoetina e, como consequência, uma elevação na produção de eritrócitos por parte da medula óssea, objetivando aumentar o transporte de oxigênio e controlar a situação.

Este processo ocorre naturalmente em indivíduos que vivem em grandes altitudes, local onde o ar é deficiente em oxigênio, bem como em resposta a diferentes afecções, como, por exemplo, patologias broncopulmonares que prejudicam a oxigenação do sangue, certar malformações cardíacas nas quais há o encontro entre sangue arterial e venoso, intoxicações que resultam em insuficiência do funcionamento da hemoglobina ou em alterações hereditárias que levem a um defeito na hemoglobina. A presença de certos tumores também pode ocasionar uma elevação na produção de eritropoetina.

Manifestações Clínicas

Dentre as principais consequências do aumento de produção de eritrócitos sanguíneos, encontra-se o aumento da viscosidade do sangue, o que causa dificuldade circulatória, a qual se manifesta por meio de variados sintomas, como: fadiga, cefaléia, dispnéia, vertigem, zumbidos nos ouvidos, visão embaçada, dificuldade de concentração, sonolência, adormecimento das extremidades, sudorese e ardor generalizado.

Outro problema também causado pelo aumento da concentração de eritrócitos é a alteração da cor da pele, sendo que na poliglobulia primária a pele apresenta-se avermelhada (rubor cutâneo), enquanto que quando o problema tiver origem na reduzida oxigenação tecidual, a pele apresenta-se azulada ou arroxeada (cianose).

O espessamento do sangue também pode suscitar alterações na coagulação, promovendo a formação de trombos e pequenos coágulos, responsáveis por obstruir a luz dos vasos sanguíneos, atravancando, assim, a circulação do sangue, ocasionando uma baixa irrigação tecidual. Paralelamente, podem ocorrer hemorragias, pois em certas situações, a presença de uma quantidade elevada de células sanguíneas impossibilita a formação de coágulos normais, fato que resulta em hemorragias nasais e sangramento das gengivas durante a escovação dos dentes.

Também é possível observar, em alguns casos, esplenomegalia (aumento do tamanho do baço), uma vez que o baço é forçado a destruir mais eritrócitos do que o normal.

Tratamento

O tratamento da poliglobulia primária é feito por meio da remoção sanguínea, de forma semelhante à realizada nos processos de doação de sangue, repetindo-se quantas vezes for necessário para que o valor do eritrócito se normalize. Este procedimento pode ser suficiente para que o paciente leve uma vida normal. Contudo, em certos casos, a produção de eritrócitos pela medula óssea é tão intensa que se faz necessária a realização de procedimentos para frear esta síntese, como é o caso da radioterapia e quimioterapia.

Nos casos da poliglobulia secundária, o tratamento consiste na resolução do fator desencadeante da intensa produção de eritrócitos, juntamente com as extrações de sangue.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poliglobulia
http://www.tuasaude.com/poliglobulia/
http://intech.highbb.com/t6650-poliglobulia

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