Pulmão Negro

Por Débora Carvalho Meldau

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

Categorias: Doenças respiratórias
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O pulmão negro, denominado também pneumoconiose dos carvoeiros ou pneumoconiose dos mineiros de carvão, é uma doença pulmonar ocupacional que tem como causa o depósito de pó de carvão nos pulmões.

Essa doença foi descrita pela primeira vez por Thompson, no ano de 1836. No final do século XX e início do XXI aumentou o número de casos de pulmão negro devido à ocorrência da Segunda Guerra Mundial. Tornou-se um problema epidêmico no país de Gales e Inglaterra, sendo, portanto, criada uma unidade de pesquisa para as pneumoconioses, no ano de 1945.

 

No Brasil, esta doença está mais presente na região Sul do país, pois é onde se concentram as maiores bacias carboníferas nacionais.

No pulmão negro simples, o pó de carvão acumula-se ao redor dos bronquíolos pulmonares. Embora esse pó seja relativamente inerte e não provoque muitas reações, é encontrado em todo o pulmão. Este pó não causa obstrução das vias aéreas.

Essa condição pode evoluir para um quadro mais severo, conhecido como fibrose maciça progressiva, na qual ocorre a formação de cicatrizes em amplas áreas do pulmão. Esta, por sua vez, agrava-se mesmo que a pessoa já não esteja mais exposta ao pó de carvão. Pode haver destruição dos vasos sanguíneos e do tecido pulmonar em decorrência das cicatrizes.

O pulmão negro simples, normalmente, não causa sintomas. No entanto, dispnéia e tosse aparecem facilmente em vários dos indivíduos acometidos com fibrose maciça, pois normalmente os mesmos apresentam enfisema ou bronquite. Já nos casos mais avançados, há a presença de tosse e, muitas vezes, dispnéia incapacitante.

Por meio de exames radiográficos do tórax é possível observar a presença de pequenas manchas características de indivíduos que foram submetidos à exposição prolongada ao pó de carvão, geralmente pessoas que trabalharam em minas por mais de 10 anos.

A prevenção é feita por meio da abolição do pó de carvão no ambiente de trabalho. Indivíduos que trabalham em minas de carvão realizam exames radiográficos de 4 a 5 anos, para que a doença possa ser detectada em estágio inicial. Quando esta é observada, o trabalhador deve ser transferido para outro local com reduzidas concentrações de pó de carvão para que não evolua para fibrose maciça progressiva.

A prevenção é de fundamental importância, uma vez que não existe cura para a pneumoconiose dos mineiros de carvão. Indivíduos que apresentam dificuldades para respirar, podem fazer uso dos tratamentos indicados para doença crônica pulmonar obstrutiva.

Fontes:
http://www.manualmerck.net/?id=64&cn=722
https://web.archive.org/web/20160601075204/http://www2.unifesp.br:80/dmorfo/histologia/ensino/pulmao/patologias.htm
http://www.maxipas.com.br/principal/home/?sistema=conteudos%7Cconteudo&id_conteudo=3135
https://web.archive.org/web/20100306181124/http://www.drashirleydecampos.com.br:80/noticias/928

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