Síndrome de Boerhaave

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

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A síndrome de Boerhaave resume-se à ruptura espontânea do esôfago, com extravasamento de seu conteúdo para o interior da cavidade torácica, que ocorre de forma súbita e pode levar à morte.

Muitos especialistas discordam do termo “ruptura espontânea”, uma vez que o rompimento não ocorre espontaneamente, mas sim devido ao aumento abrupto da pressão intraesofágica, em associação com considerável pressão intratorácica negativa, resultante de uma incoordenação neuromuscular do músculo cricofaríngeo, tipicamente ocasionada por vômito.

Foi descrita primeiramente em 1724, pelo médico holandês Hermann Boerhaave que, durante uma autópsia observou a presença de um pedaço de carne na cavidade torácica, verificando que o alimento havia saído por um orifício situado no esôfago. Posteriormente, Saul Mackler detalhou a tríade clínica (vômito, dor torácica e enfisema pulmonar), Louis Hamman apontou a ocorrência de crepitação mediastinal com os batimentos cardíacos e Norman Barrett desenvolveu a cirurgia adequada para o tratamento da síndrome.

Esta condição é responsável por aproximadamente 10% dos casos de ruptura esofágica, sendo que, em 90% de todos os casos, a lesão ocorre na parede lateral esquerda do terço inferior do esôfago.

Clinicamente, este distúrbio caracteriza-se por dor torácica ou epigástrica que surge subitamente após crises de vômito. Associado ao quadro pode haver enfisema cervicomediastinal. Outros sinais e sintomas envolvem:

  • Hematêmese;
  • Odinofagia;
  • Taquipneia;
  • Dispneia;
  • Cianose;
  • Febre;
  • Choque;
  • Hemorragia maciça (raro);
  • Crepitação.

Foi descrita associação desta desordem com alcoolismo e úlcera gastroduodenal.

Exame radiográfico sugere o diagnóstico desta síndrome; todavia, a confirmação é feita por meio de tomografia computadorizada da região torácica, evidenciando edema e espessamento da mucosa esofágica, presença de ar e fluído com ou sem bolhas gasosas ao redor do esôfago, alargamento mediastinal e fluído no espaço pleural ou retroperitoneal. A confirmação também pode ser alcançada por meio do esofagograma contrastado, que aponta o local e a extensão do extravasamento do contraste.

O tratamento mais indicado em casos de perfuração espontânea é a cirurgia. Também é recomendado o uso de antibióticos de amplo espectro e a nutrição parenteral, visando maximizar os resultados. Outra técnica que foi relatada há pouco tempo, é o uso de stent auto-expansível.

Fontes:
http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/ge/v13n2/v13n2a09.pdfhttp://medfoco.com.br/sindrome-de-boerhaave-ruptura-esofago/http://en.wikipedia.org/wiki/Boerhaave_syndrome

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