Síndrome Oculocerebrorrenal

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição:


Ouça este artigo:

A síndrome oculocerebrorrenal, também conhecida como síndrome de Lowe, trata-se de uma doença hereditária rara, ligada ao cromossomo X. Foi descrita pela primeira vez no ano de 1952, pelos médicos Charles Lowe, Terrey e MacLachlan, em Boston, nos Estados Unidos.

Esta patologia é transmitida de forma recessiva e é resultante de alterações no gene OCLR-1, localizado no cromossomo X q25-q26, que codifica a enzima fosfatidilinositol bifosfato 5-fosfatase situada no aparelho de Golgi. A mutação dessa enzima ocasiona o acúmulo intracelular de seu substrato PIP2, sendo esse um fosfolipídio que apresenta papel essencial nos processos celulares.

Esta síndrome caracteriza-se por alterações multissistêmicas, afetando especialmente os olhos, o sistema nervoso central e os rins.

Dentre as manifestações clínicas, observa-se catarata congênita e glaucoma, retardo global no desenvolvimento neuropsicomotor, hipotonia e hiporreflexia, déficit cognitivo severo e alterações tubulares renais. Além disso, também pode haver crises convulsivas, criptorquidia e deficiência auditiva, juntamente com outras alterações oculares, como nistagmo, enoftalmia e pupilas mióticas. Como resultado de alterações tubulares, podem ocorrer alterações musculares esqueléticas, como, por exemplo, luxação do quadril, raquitismo, hipermobilidade articular, fraturas patológicas e deficiência de peso e estatura.

Tipicamente, no primeiro ano de vida do paciente, surge a síndrome de Fanconi, caracterizada inicialmente por aminoacidúria generalizada e diminuição da reabsorção de ureia, fosfato e bicarbonato. A proteinúria costuma estar presente; todavia, a intensidade, a idade em que surge e a velocidade de progressão com perda da função renal variam.

Afeta quase que exclusivamente indivíduos do sexo masculino, uma vez que é uma síndrome de herança recessiva, ligada ao cromossomo X, sendo que as mulheres portadoras da síndrome são identificadas por apresentarem opacidade lenticular.

Quanto mais cedo se descobre a síndrome, maiores são as chances de a intervenção terapêutica diminuir o risco de complicações. O diagnóstico ainda costuma ser feito através do quadro clínico apresentado pelo paciente, com o surgimento de catarata bilateral e presença de doença renal, associados com um teste positivo para a deficiência da enzima.

Não existe cura para a doença. O tratamento é apenas sintomático.

Fontes:
http://www.scielo.br/pdf/jbn/v32n2/v32n2a11.pdf
http://en.wikipedia.org/wiki/Oculocerebrorenal_syndrome
http://emedicine.medscape.com/article/1214184-overview

AVISO LEGAL: As informações disponibilizadas nesta página devem apenas ser utilizadas para fins informacionais, não podendo, jamais, serem utilizadas em substituição a um diagnóstico médico por um profissional habilitado. Os autores deste site se eximem de qualquer responsabilidade legal advinda da má utilização das informações aqui publicadas.
Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição: