Transtorno do Pânico (Síndrome do Pânico)

Psicóloga (CRP 06/178290), graduada pela PUC-SP.
Mestranda em Psicologia Social na mesma instituição.
Pós-graduanda no Instituto Dasein.

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O Transtorno de Pânico é uma síndrome ansiosa caracterizada por recorrência de crises de pânico, junto a medo de suas implicações e sofrimento subjetivo significativo.

Crises de pânico

São episódios marcantes de ansiedade, nas quais ocorre importante descarga do sistema nervoso autônomo. Geralmente, alcançam seu pico em minutos e não tem duração maior do que uma hora. Para serem caracterizadas como pânico, as crises devem apresentar pelo menos quatro dos seguintes sintomas: palpitação, taquicardia, desconforto respiratório, asfixia, suor, tremor, formigamento, anestesia, calafrios, ondas de calor, tontura, instabilidade, dor torácica, náusea, desrealização (sensação de que o ambiente familiar está estranho), despersonalização (estranheza quanto a si mesmo) e medo de morrer, enlouquecer, perder o controle ou ter um ataque cardíaco.

Critérios diagnósticos

O diagnóstico é organizado e padronizado pelo CID-11 (Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) publicado pela OMS, e DSM-5 manual diagnóstico e estatístico feito pela Associação Americana de Psiquiatria.

Para tal, além das avaliações dos prejuízos funcionais do sujeito, é necessária a presença de ataques de pânico repetida e inesperadamente, seguidos de pelo menos um mês de preocupação persistente com a possibilidade de haver novas crises, ou consequências delas e alterações comportamentais com as quais se relacionam.

O transtorno pode ser acompanhado de agorafobia - angústia relacionada a conglomerado de pessoas em espaços amplos ou locais de difícil escape. Outras comorbidades comuns são os transtornos de personalidade borderline, evitativa e paranoide.

Tratamento

O tratamento do transtorno de pânico consiste em psicoterapia, possivelmente associada a acompanhamento psiquiátrico, medicação e terapias complementares.

É possível buscar auxílio na rede particular, e também de forma gratuita nos CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) e nas Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde). Ademais, é possível discar 188 - CVV (Centro de Valorização da Vida) para conversar e obter apoio emocional, sob sigilo, 24 horas por dia.

Dicas para se acalmar durante uma crise de pânico

  • Feche os olhos e respire fundo. A respiração diafragmática é uma das mais efetivas contra a ansiedade: inspire contando até quatro, segure o ar por dois segundos e expire em seis.
  • Foque nas sensações físicas familiares. Segurar pedras de gelo e tentar focar no frio e ardor pode ser uma boa alternativa.
  • Pratique o grounding. A técnica consiste em trabalhar a atenção para o momento e o agora. Para tal, olhe ao seu redor e procure cinco coisas que possam ser vistas, quatro que possam ser tocadas, três que possam ser ouvidas, duas que possam ser cheiradas e uma que possa ser degustada.
  • Imagine que você está em um lugar agradável e acolhedor. Pode ser sua casa, uma praia ou um local fictício.
  • Por fim, saiba que, invariavelmente, a crise irá terminar.

Panorama de pensamento

A educação é importante para a promoção de qualidade de vida ao sujeito e às pessoas com quem ele convive.

Com o acesso à informação o estigma atribuído ao quadro é combatido. Como consequências, haverá diminuição dos problemas relacionados à autovaloração e do tratamento do assunto como tabu.

Por fim, é importante não utilizar termos como “medo” e “descontrole” de maneira pejorativa. O uso errôneo dessas palavras pode menosprezar os sentimentos das pessoas que possuem o diagnóstico.

Referências bibliográficas:

Cid 10: http://www.datasus.gov.br/cid10/V2008/cid10.htm

DSM-V, bg pharma, and the medicalization of ordinary life. New-York: Harper Collins Publisher, 2013a.

RAFIA: 1. Dalgalarrondo, P Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre, 2000. Editora Artes Médicas do Sul

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Arquivado em: Doenças, Psicologia
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