Compreendendo a Matemática

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Introdução

            Muito se ouve falar nas dificuldades enfrentadas, por estudantes do ensino básico, ao lidar com conteúdos matemáticos. Mesmo com o caráter preliminar que esses conteúdos programáticos apresentam, por exemplo, no Ensino Fundamental, em suas séries iniciais e finais, ainda assim podemos perceber os obstáculos que parecem surgir à medida de suas apresentações em sala de aula. Pois bem! Vejamos alguns questionamentos imediatos que podemos formular a partir dessa problemática: seria a matemática tão complexa, que somente as pessoas com altas habilidades conseguem-na compreender? Os métodos de ensino desta ciência são compatíveis com as possibilidades de percepção dos alunos? Pode-se aprender matemática depositando a mesma atenção que nas outras disciplinas?

            Neste trabalho, adentrarei diretamente por estes caminhos pertencentes à Educação Matemática. Porém, tentarei sintetizar as respostas às perguntas realizadas nas linhas anteriores, com o objetivo de, logo em seguida, agrupar as ideias adquiridas nestas reflexões, formando um raciocínio um pouco mais panorâmico.

Discorrendo sobre os questionamentos

            Primeiramente, em relação ao questionamento se seria a matemática tão complexa, que somente as pessoas com altas habilidades conseguem-na compreender? A resposta é não. Mesmo ela sendo complexa, sua compreensão pode ser atingida por todos aqueles que depositarem seus esforços e atenção nos estudos Dela. Claro que ao nos depararmos com o novo, primeiro temos um choque, depois enxergamos dois caminhos distintos, onde somente deve ser escolhido um a trilhar. Um é o da desistência; nele, rapidamente ficaremos livres do tormento de estudar, estudar e somente depois de muito esforço chegar à compreensão do objeto de estudo. O outro é o da persistência; este, apesar das inúmeras dificuldades, é o caminho do sucesso da aprendizagem, seguindo por ele, não importa qual o tema do seu interesse, com certeza você irá lograr êxito em sua conquista.

            A partir dessa linha de raciocínio inicial, posso afirmar que não somente os altamente habilidosos compreendem a matemática, mas sim os que dedicam muito esforço em seu estudo. Aliás, essa é base para a compreensão de qualquer conhecimento novo ou acumulado ao longo do tempo, é a partir do nosso empenho e de muita disciplina, que conseguiremos chegar a sua aquisição. Se você gostaria de aprender matemática ou qualquer outra área do conhecimento humano, dedique-se, discipline-se, desprenda-se do que não lhe é importante, deposite suas forças nos estudos, siga uma sequência didática, do fácil ao difícil, veja exemplos de resolução de cálculos e problemas, responda exercícios a partir dos seus conhecimentos, peça ajuda sempre que necessário for, seja otimista.

            O segundo questionamento nos remete a uma investigação um pouco mais didático-pedagógica, colocando o professor como objeto central dessa análise. Os métodos de ensino desta ciência (matemática) são compatíveis com as possibilidades de percepção dos alunos? Em alguns casos eu diria que sim, em outros não. Existem bons professores de matemática; profissionais que se dedicam não só a revitalização dos conteúdos curriculares desta ciência, mas também a sua didática específica, sendo ela a fornecedora dos conhecimentos sobre o uso de abordagens que facilitem a aprendizado do discente.

            É a partir do estudo da didática da matemática, bem como dos conhecimentos pedagógicos mais abrangentes, que o profissional da docência ficará ciente de que cada indivíduo tem o seu ritmo de aprendizagem, suas próprias vontades e expectativas individuais em relação à matemática. Reconhecendo esses fatos indubitáveis, o bom docente articula sua prática de ensino de acordo com a diversidade de sua classe, se utiliza de diversas ferramentas metodológicas a fim de concretizar um aprendizado unânime em sala de aula. Porém, nem todos os professores de matemática se encaixam nas características anteriores. Grande parte supervaloriza o ensino rigoroso dos métodos e teoremas matemáticos, como se sua plateia fosse composta por profissionais da matemática. A rigorosidade matemática é contrária à facilitação do seu aprendizado. Até mesmo entre os matemáticos, o seu exagero é enfadonho e desnecessário.

            Analisando o terceiro e último questionamento – Pode-se aprender matemática depositando a mesma atenção que nas outras disciplinas? –, chegaremos a uma resposta não tão esperada pelos jovens aprendizes. Afirmo que a mesma atenção que se dá em outras disciplinas curriculares não será suficiente para a compreensão da matemática. Isso se dá pelo fato Dela ter seus conteúdos, em sua grande maioria, ligados ao abstrato. A matemática adota uma plataforma criada no terreno das ideias, mas logo depois, não em todos os casos, se concretiza no mundo prático.

            Aconselho aos que querem chegar ao entendimento razoável da matemática, que apliquem mais do seu tempo no estudo da mesma. Aplique o dobro do tempo no estudo das disciplinas de exatas em relação às demais disciplinas curriculares. Pause entre uma hora e outra de estudo, tendo um pequeno intervalo, de 10 a 15 minutos, para descansar o corpo e a mente. Lembro-lhe que a mente cansada, o corpo não devidamente alimentado ou com sono, impossibilitam a aprendizagem.

Considerações finais

            Para compreender a matemática não existe fórmula mágica, apenas são necessárias doses de otimismo, dedicação, perseverança, disciplina, concentração e vontade de aprender. Esses componentes formam a receita básica para o sucesso da compreensão matemática. Se você é aluno, comece a por em prática essas ferramentas essenciais ao seu desenvolvimento, não somente nas disciplinas de exatas, mas em quaisquer outras do conhecimento humano. Compreender que o desprendimento do irrelevante nos leva ao sucesso integral, é a resposta primordial para o enigma da aquisição da aprendizagem.

            Caso o leitor seja um professor, saiba de sua responsabilidade sobre o sucesso do seu aluno. Incentive-o a buscar novas fontes de pesquisa, a resolver problemas, a organizar o seu tempo de lazer e estudo. Porém, você também deverá fazer isso. Lembre-se de que o bom professor é também um excelente pesquisador. Se você não se encaixa nesse perfil, está na hora de começar a rever a sua condição de docente. Procure a renovação constante dos seus métodos, alicerce-se na didática de sua disciplina de trabalho, busque novas metodologias de ensino, pesquise a sua própria sala de aula e descubra a diversidade que há nela, seja um professor por excelência.

            Por fim, lembrem-se de que todos os caminhos nos levam a aprendizagem. A diferença é o tipo de conhecimento que estamos adquirindo. Pergunte a você mesmo se o que está aprendendo lhe dará suporte para situações posteriores. Analise os seus hábitos, as suas reais necessidades, o que é desprezível, o que é indispensável. Após isso, monte um planejamento pessoal, pois ele lhe dará um norte para melhor administrar o seu tempo.

“Impossível para mim é aceitar que as dificuldades jamais poderão ser suplantadas.”

(Robison Sá)

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