Impactos de uma má comunicação na formação do estudante

Por Lívia Carvalho Dias Bello

MBA em Comunicação Corporativa (Anhembi Morumbi, 2009)
Graduada em Fonoaudiologia (PUC-SP, 2005)

Categorias: Comunicação, Educação, Pedagogia
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O desenvolvimento escolar de crianças e adolescentes é uma grande preocupação de pais e professores. Ele está relacionado às práticas vistas no ambiente familiar e ao escolar. Para que o aprendizado dos estudantes aconteça de forma satisfatória, há um elemento chave: a comunicação. Quando esse processo é ineficiente, as consequências podem perdurar até a vida adulta.

Um dos elementos que mais prejudicam os alunos é a comunicação realizada de forma violenta. Costuma-se entender a violência como agressão física, mas ela pode estar presente de forma sutil, passiva e inconsciente, porém com grande impacto emocional. Para que isso mude, é preciso alterar a estrutura imposta, possibilitando que o professor, os funcionários e os alunos reconheçam seus diferentes papeis na formação dos alunos e alunas.

Na sala de aula, há muitas situações nas quais um professor pode criar um espaço para o não entendimento. Frases como “Você não vai ter nenhum futuro se continuar assim”, “Como você nunca presta atenção, jamais vai entender o conteúdo” são alguns exemplos recorrentes. Da mesma forma, o aluno que ofende professores e funcionários na escola por não conseguir algo ou discordar também comete uma violência.

Quais as consequências de uma má comunicação na formação de estudantes?

Pode parecer que isso é corriqueiro e normal, mas as situações de comunicação violenta tornam-se parte do histórico de cada um. E é a longo prazo que o resultado desse aprendizado se manifesta. Os valores aprendidos são guardados e, de forma consciente ou não, interferem nas tomadas de decisões do indivíduo e nos seus relacionamentos.

Os diversos obstáculos na relação professor e aluno levam, por exemplo, a impedir que o estudante comunique suas dúvidas durante as aulas. Essa dificuldade pode relacionar-se com a necessidade de expressar que precisa de esclarecimentos. Imagine esse mesmo discente em um cenário no qual ele é um profissional com um cargo de gestão. Possivelmente, ele terá dificuldades para ouvir um liderado e entender suas demandas.

A má comunicação torna-se um processo cíclico, no qual as demandas reais não são expressas e prevalece o constrangimento ou a agressividade. Sabe-se que as interações no ambiente escolar servem como norteadoras para a atuação pessoal e profissional dos alunos. Por isso, se conseguirem romper esse ciclo repetitivo e nocivo, será possível transformar o padrão da comunicação instituído para favorecer a criação de relacionamentos mais harmoniosos e empáticos.

Como evitar uma comunicação violenta nas escolas?

O conceito da comunicação não violenta, pensado para auxiliar a transformação de padrões indesejáveis, foi desenvolvido pelo psicólogo e escritor Marshall B. Rosenberg. Ele sugere quatro elementos cruciais para o estabelecimento da conexão humana e a construção de relações honestas e sólidas: a observação, o sentimento, a necessidade e o pedido.

Baseando nesses conceitos, algumas dicas são essenciais para evitar uma má comunicação (ou comunicação violenta) no ambiente escolar. Elas são válidas para professores, funcionários, pais e estudantes. Veja abaixo:

Ao levar essas dicas em consideração, será mais fácil se expressar sem parecer vulnerável, pois terá clareza para falar de você mesmo e ajudará o outro a reformular sua maneira de se expressar e ouvir. Podendo, assim, reverter os efeitos de uma comunicação ruim no desenvolvimento escolar ou em qualquer outro ambiente da sua vida!

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