Linha Primitiva

Por Elisa Martins
Categorias: Embriologia
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A Linha Primitiva é formada por um segmento linear espesso do epiblasto, no início da terceira semana, é o indício do início da gastrulação. Este segmento (fragmento linear) é originado a partir da proliferação e migração das células do epiblasto para o centro do disco embrionário. Graças à adição de células na extremidade caudal, ocorre a extensão da linha primitiva até formar o nó primitivo e, ao mesmo tempo, formar o estreito sulco primitivo. Durante esta evolução, já é possível perceber que aparece uma depressão pequena no nó, a qual se denomina fosseta primitiva, além do eixo (e de suas extremidades) cefálico-caudal, as superfícies dorsal e ventral e os lados direito e esquerdo do embrião. Quando as células epiblásticas sofrem uma invaginação, o sulco e a fosseta aparecem. Mais tarde, quando do surgimento da linha primitiva, as células deixam a sua superfície profunda para formar o mesênquima que dará sustentação ao embrião, estando dispersamente arranjadas e suspensas em uma matriz gelatinosa. Estas células mesenquimais são primordialmente amebóides com atividade fagocítica.

A maior parte dos tecidos conjuntivos do corpo e a trama de tecido conjuntivo das glândulas são formadas pelo mesênquima, sendo que parte deste forma então o mesoblasto (mesoderma indiferenciado). Este mesoderma indiferenciado irá formar o mesoderma embrionário ou intra-embrionário no teto do saco vitelino, através de células do epiblasto que deslocarão o hipoblasto. Já as células que permanecem no epiblasto formam o ectoderma embrionário ou intra-embrionário.

A partir da linha primitiva surgem as células mesenquimais que migram e que tem o potencial alto de proliferação e de transformação em tipos celulares distintos, a exemplo tem-se os fibroblastos, condroblastos e osteoblastos. Até o início da 4ª semana a linha primitiva forma o mesoderma, atuando ativamente neste processo. Após esse período a produção do mesoderma vai ficando cada vez mais lenta, reduzindo de tamanho consideravelmente, até tornar-se uma estrutura imperceptível na região sacroccígea do embrião. Geralmente sofre mudanças degenerativas, desaparecendo ao final da 4ª semana.

O problema é quando não há o desaparecimento total desta linha, pois seus restos podem acarretar um tumor, o teratoma sacrococcígeo, por derivarem justamente de células com potencial multi de desenvolvimento. Esses teratomas são os mais comuns em bebês neonatos, como na figura ao lado, ocorrendo em 1 para cada 35mil nascimentos. Quando há um acompanhamento de pré-natal (recomendado), as chances de detectar ainda na gravidez são altas. E com isso, já planejar uma cirurgia para retirada logo ao nascer, sem sacrificar tanto o recém-nascido. A boa notícia é que a maioria desses teratomas são benignos e o pós-operatório é de boa evolução.

Em síntese, pode-se dizer que é através da gastrulação que as células do epiblasto originam as três camadas germinativas e, por consequência, órgãos e tecidos no embrião.

Bibliografia:
MOORE, K.L.; PERSAUD, T.V.N. The developing human: clinically oriented embryology. 7ª ed. Elsevier. USA, 2003.
http://www.cynara.com.br/embriologia.htm#tercsem
https://web.archive.org/web/20100330161312/http://www.anatomiaonline.com:80/embrio/3sem.htm

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