Acordos de Washington

Por Valquiria Velasco

Graduada em História (UVA-RJ, 2014)

Categorias: Brasil Republicano, Segunda Guerra Mundial
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No inicio da década de 1940 os Estados Unidos da América, em decorrência da guerra empenhada contra a Alemanha Nazista, se preocupa cada vez mais com a obtenção de matéria prima.

Era uma preocupação especial do presidente norte-americano Franklin Roosevelt que países não envolvidos diretamente na guerra e, portanto com a produção de matérias primas não fornecessem as mesmas para a Alemanha, favorecendo assim uma resistência nazista. Era então de suma importância garantir que a América Latina mantivesse suas importações longe da Alemanha, e de preferência contribuindo para o estoque norte-americano.

Dessa maneira as primeiras ações que culminariam nos Acordos de Washington começam com a visita do presidente do Export Import Bank, Warren Pierson ao Rio de Janeiro em 1941. Nessa visita, Pierson assinou um acordo onde o Brasil comprometeu-se a vender materiais considerados estratégicos com exclusividade para os Estados Unidos, e nos casos em que as empresas norte-americanas não absorvessem o total produzido pelo Brasil o governo Estadunidense se comprometia em comprar o excedente produzido. E em benefício à indústria brasileira o governo americano se comprometia em facilitar a importação ao Brasil de materiais essenciais à indústria.

No momento em que esses primeiros acordos eram fechados havia uma pressão grande dos Estados Unidos para que o Brasil permitisse a entrada de suas tropas para manterem bases no nordeste brasileiro. Não havia a concordância para isso da parte dos militares brasileiros, que afirmavam só permitir essa entrada no caso de invasão do solo brasileiro.

Até o ano de 1941 o Brasil mantinha relações econômicas prósperas com a Alemanha de Hitler e inicialmente não parecia favorável declarar apoio a um dos lados. No entanto com a entrada dos Estados Unidos na guerra nesse mesmo ano, as nações sul americanas foram levadas a uma decisão por influência estratégica dos Estados Unidos, que imediatamente convocou a II Conferência dos Chanceleres para o Rio de Janeiro buscando debater o rompimento total das nações latinas com o governo Nazista.

Em 1941 o interesse norte-americano era romper com o fornecimento de matéria prima para a Alemanha, no entanto no ano seguinte em 1942 o suprimento de matéria prima dos Aliados (Estados Unidos e Inglaterra) necessitava de reforço, especialmente de materiais como borracha, ferro, tungstênio e manganês.

Ao fim da II Conferencia dos Chanceleres algumas definições já estavam postas: o governo brasileiro anunciou o rompimento com a Itália e a Alemanha, Getúlio Vargas envia seu ministro a Washington para discutir questões estratégicas, militares e econômicas concretas.

Entre partes dos acordos estava o investimento norte-americano necessário para a abertura da mina de Itabira e o melhoramento ferroviário da Central do Brasil e do porto do Rio de Janeiro para garantia da exportação do minério de ferro e manganês aos Estados Unidos.

Entre 1942 e 1943 o Brasil assinaria com os Estados Unidos diversos acordos que garantiriam a exportação de ipecacuanha (uma planta), aniagem, linters de algodão, timbó, babaçu, mamona, borracha manufaturada, café, cacau, castanha-do-pará, cristal de rocha, mica, rutilo, flores de piretro, cera de carnaúba e cera de urucuri com exclusividade para a nação norte-americana.

Referencias bibliográficas:

http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/washington-acordos-de

LINHARES, Maria Yedda (ORG.). História Geral do Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000.

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